Ex-professora da UnB se despede da capital lançando livro de poesias

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    Arquivo Pessoal

    Elizabeth Hazin, professora aposentada pela Universidade de Brasília (UnB), lança a coletânea de poesias “Quadrívio” (Siglaviva, 2017) nesta quarta (8/11), às 19h, no Sebinho (406 Norte). A pernambucana é especialista em autores brasileiros como Guimarães Rosa e Osman Lins.

    O encontro será carregado de emoções. A autora está lançando a coletânea como um presente de despedida para a capital: com a aposentadoria na UnB, ela decidiu voltar a viver em Recife (PE), sua terra natal.

    A nova obra reúne parte de sua experiência como professora do Departamento de Teoria Literária da UnB e condensa quatro livros de poesias: “Teia”, “Areal”, “Prometeu” e “Espelho Meu”.

    Os trabalhos passados agora se entrelaçam, discutindo a alma humana e a criação do homem. A única obra já publicada que aparece na nova coletânea é “Espelho Meu”, que apresenta um diálogo entre o eu poético e um espelho e problematiza a existência e a relação entre a vida e a morte.

    Divulgação

    O convite para o lançamento do livro nesta quarta-feira.

     

    A autora
    Elizabeth Hazin nasceu em 1951 e é autora dos livros: “Poesias” (1974), “Verso e Reverso” (1980), “Casa de Vidro” (1982), “Espelho Meu” (1985), “Martu” (1987), “O Arqueiro e a Lua” (1994), “Lêgo & Davinovich” (2006), com Davino Sena, e dos infantis “Arco-íris” (1983) e “Mágica de Carrossel” (2014).

    Confira abaixo dois poemas de Elizabeth Hazin:

    BANDEIRAS DE ORAÇÃO

    Toda palavra escrita carece de vento

    ou jamais aos deuses será levada.

    E saberão ler os deuses?

    Saberão da paixão

    de atravessar — de viés — a vida que nos concedem

    sem perdão?

    Tremulam ao vento as bandeiras

    tecidas em tons diversos: essas palavras.

    E chegarão?

     

    PALAVRA

    Uma

    duas

    três taças

    e o poema se derrama

    — vermelho e ácido —

    queimando minha garganta

    toda palavra é um pássaro escarlate

    que voa sempre

    (ainda quando me calo)

    no tempo escasso da tarde

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