Do rock ao modão: Brasília passa a respirar e a exportar sertanejo

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    Arte/Metrópoles

    O Distrito Federal já foi a terra do rock and roll, nos anos 1980. Dez anos depois, a turma do Maskavo e do Natiruts aproximou o público brasiliense ao reggae. No século 21, outro estilo domina a capital: o sertanejo, gênero que vive grande momento também no Brasil. Duplas brasilienses começam a fazer sucesso nacionalmente, e a cidade integra o circuito de shows de duos como Jorge & Mateus, Maiara e Maraisa e Matheus & Kauan.

    O sucesso do sertanejo em Brasília, que fica a 300km de Goiânia – a meca do gênero –, reflete-se na cena noturna da capital federal. A Shed Western Bar, por exemplo, foi inaugurada com show de Lucas Lucco, na última quarta-feira (13/12). A casa, assim como outras espalhadas pelo DF, também abre espaço para artistas locais, cada vez mais influentes fora dos limites do Quadradinho.

    Divulgação

    Zé Felipe e Miguel se destacaram com música sobre Neymar e Bruna Marquezine

     

    O sertanejo do Distrito Federal, acompanhando a tendência nacional, incorporou elementos da música pop. Prova disso é a dupla Zé Felipe e Miguel: os dois lançaram, recentemente, a música “Faz de Conta”, sobre o relacionamento entre Neymar e Bruna Marquezine. O clipe já alcançou mais de 500 mil visualizações no YouTube. 

    A composição pipocou depois que o craque da seleção brasileira de futebol beijou a atriz durante o casamento de Marina Ruy Barbosa, evento amplamente divulgado na mídia. “Depois disso, em questão de um dia, alcançamos 200 mil visualizações. A alegria foi muito grande. A faixa é um ‘forronejo’ de letra leve e melodia animada”, explica Miguel.

    O David Brazil nos confirmou que a Bruna e o Neymar ouviram a música e gostaram bastante. Obviamente, eles não declararam nada, mas, para a gente, é uma conquista muito grande.

    Miguel

     

    Adaptação aos novos tempos
    Com 20 anos de carreira, Pedro Paulo & Matheus adaptam-se a todas as mudanças pelas quais o gênero musical passou. “Exploramos os estilos dentro do sertanejo comercial, do autoral ao universitário. Hoje em dia, não se pode ficar somente no caipira ou no regional”, avalia Pedro Paulo.

    Segundo o cantor, o importante é manter a diversidade ao escolher os locais dos shows da dupla pelo Brasil. “A gente não tem frescura e se apresenta em festas particulares, barzinhos e até em Barretos [Festa do Peão de Barretos, interior de São Paulo, o maior rodeio do Brasil], mas nosso público forte mesmo é em Goiás, Minas Gerais e São Paulo”, revela.

    Em 2017, o duo trabalhou no lançamento do DVD “Ao vivo em Brasília” e do videoclipe “Sonho em 3D” nas plataformas digitais. Para o próximo ano, eles preparam a gravação do segundo DVD da carreira, que também contará com participações especiais.

    Sertanejo raiz
    O músico Ruan leva o sertanejo no sangue. Filho de Franco, integrante do Trio Parada Dura, o mineiro formou a dupla com um amigo de infância da cidade de Araxá (MG) e nunca mais abandonou as raízes do estilo. Avesso aos novos rumos que o sertanejo vem tomando, Henrique e Ruan não se rendem aos modismos.

     

    A gente nunca quis acompanhar essas mudanças ruins do sertanejo e suas letras apelativas. Não gostamos das músicas de mau gosto. Estamos observando que as modas surgem e desaparecem na mesma velocidade.

    Ruan

    A dupla, radicada em Brasília há 10 anos, prefere seguir um estilo pessoal, sempre valorizando a sanfona e o violão. As composições, feitas nesses moldes, estarão no DVD “Quando Eu Bebo, Eu Choro”, com lançamento previsto para 2018.

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