Adriana Esteves: “Carminha aprendeu tudo na vida dela com a Laureta”

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    De volta ao horário nobre interpretando mais uma vilã de João Emanuel Carneiro, Adriana Esteves dá vida à vilã Laureta de Segundo Sol sem se preocupar com comparações entre sua personagem e a inesquecível Carminha, de Avenida Brasil.

    Para a atriz, a cafetina é uma mulher que se emociona, tem sentimentos e busca de seu lugar ao sol. Mas brinca: Carminha é quem aprendeu as maldades com Laureta. Casada com Vladimir Brichta – que vive o Remy na novela – há 14 anos, Adriana deu uma entrevista para o Metrópoles.

    Você se consagrou como Carminha numa novela de João Emanuel Carneiro. Como é trabalhar com o autor novamente e fazendo outra vilã?
    Fico muito feliz por trabalhar com o João Emanuel porque tenho admiração por ele e pela forma como escreve novelas. Avenida Brasil foi uma das coisas mais sensacionais dos meus trinta anos de carreira. O texto de Segundo Sol só reafirma: ele é um mestre.

    Temia as comparações entre Laureta e a Carminha?
    Não posso ter essa preocupação. A comparação é inevitável, mas acho a Laureta bem diferente. É outra mulher, numa época diferente, vivendo uma história distinta. É apenas a mesma intérprete e o mesmo autor. Não tenho medo de comparações, pois trabalho com coragem, criatividade e alegria. Vou contar um segredo: a Carminha aprendeu tudo na vida dela com a Laureta!

     

    Você tomou gosto por vilãs depois de Carminha?
    As últimas personagens em novela sim, mas tenho feito outros tipos no cinema. Em Justiçam vivi grande heroína. As pessoas lembram muito de Carminha porque depois dela não fiz nenhuma vilã, mas agora tem a Laureta. Aliás, não gosto de dizer que é vilã. Trata-se de uma personagem, uma mulher. Não gosto de rotular.

    Como está sendo trabalhar mais uma vez com o Vladimir Brichta?
    É o auge do prazer, em todos os sentidos. Não trabalhava com o Vlad há muito tempo. Fizemos há dois anos Justiça, mas nossos personagens não contracenavam. Agora a gente divide as cenas. Não sei o que é melhor, se desfrutar do grande ator que ele é ou da sua companhia. Estamos muito mais juntos, com as mesmas pessoas e vamos aos mesmos lugares.

    Vocês conversam sobre trabalho ou não levam isso para casa?
    Conversamos. Fazendo a mesma novela então… Tudo o que a gente vê em casa nos inspira para a atuação. Está sendo muito gostoso. Estou com ele há 14 anos e deu uma sensação gostosa de podermos ser criativos juntos.

    Voltando à Laureta, o que a move?
    Ela é uma mulher com um passado misterioso. A Laureta se emociona, tem suas dores e sofrimentos, mas é guerreira também. Mulher nunca é simples. Toda a humanidade que procuro nessa personagem vem de seus conflitos e questões.

    Você se inspirou em pessoas da vida real?
    Várias e estou homenageando todas elas. Quanto mais louca, mais eu copio e vou fazendo meu mosaico. Tenho um grupo de amigas que são minha paixão. Elas perguntam: “Adriana, qual vai ser sua próxima personagem?”. Eu respondo: “Vocês! Estou copiando todas!”.

    Você tem rede social?
    Não tenho nada e nem planos de ter. Mas como tudo pode mudar a qualquer momento, pode ser que amanhã eu pire e acorde de manhã com um Instagram. Meus três filhos têm, mas eles usam de uma maneira muito legal. Não são loucos por isso, nem fazem disso um diário.

    Não ter rede social não dificulta saber sobre o que estão falando?
    Mas os amigos contam, passam para a gente pelo WhatsApp. Eu acompanho e confesso que acho um barato. Imagine eu não cuidar dos filhos e não trabalhar para ficar ali o dia inteiro! Seria um perigo. Talvez eu esteja me protegendo ao não ter [rede social].

    A Deborah Secco falou que te admira muito e já se inspirou em você para viver alguns papéis. Como é inspirar uma atriz e agora trabalhar com ela?
    A admiração pelos colegas faz parte da nossa profissão. Isso traz um aconchego. Eu me inspiro e me inspirei em tantas atrizes, que se fosse começar a falar agora não pararia. Várias pessoas me acham parecida com a Renata Sorrah – e ela é uma referência da minha vida. A Deborah é superbatalhadora, jovem e tem o mesmo tempo de profissão que eu porque começou muito cedo. Eu me inspiro em mulheres e homens. Quantas coisas já roubei de Lázaro Ramos, por exemplo.

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