O ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, afirmou na tarde desta terça-feira (30/04/2019) que não há dados sobre o apoio militar ao autointitulado presidente da Venezuela, Juan Guaidó, ou ao ditador Nicolás Maduro. Contudo, o ministro disse que a impressão é que Guaidó não tem apoio militar consistente.
Segundo o militar da reserva, a situação é nebulosa. Ele diz que não é possível saber, por exemplo, se a tropa é preparada ou “se apenas usa uniforme e arma, mas não tem um preparo militar”. As informações, disse Heleno, seriam importantes para qualificar o apoio operacional a Maduro ou a Guaidó.
“A gente tem a sensação que o lado do Guaidó é fraco militarmente. Mas hoje, quando ele anunciou o apoio das forças armadas, teve um rastro de esperança”, completou.
Heleno, que também descartou qualquer intervenção brasileira no país vizinho, disse que é normal que as dúvidas em relação ao apoio a Guaidó dentro das Forças Armadas sejam questionadas com o passar das horas.
“À medida em que o tempo vai passando e não acontecem situações que mostrem esse apoio, você começa a duvidar”, afirmou.
Ele também ponderou que a situação pode mudar rapidamente, mas não há informações sobre qualquer tipo de movimentação para um lado ou para o outro.
“A gente não tem dados concretos de quanto tempo isso vai demorar, se vai ter alguma solução a curto prazo, se vai voltar o que era antes, ficar naquele banho-maria. Não temos esse tipo de informação. É loteria”.
Tudo ou nada
Heleno avaliou que Guaidó e Leopoldo López, outro líder opositor que era preso político no país – López estava em prisão domiciliar, condenado pelo governo de Maduro por supostamente incitar violência em manifestações contra ele -, decidiram agir para ganhar apoio popular e nas tropas.
“Ele [Maduro] está evidentemente mais enfraquecido do ponto de vista popular. Mas do ponto de vista de apoio de tropa, de apoio militar, ainda não ficou evidente esse enfraquecimento. Ele continua com o apoio das forças armadas venezuelanas”.
O vice-presidente Hamilton Mourão também destacou que não há dados concretos para avaliar com precisão a situação no país vizinho. “As informações que nós temos são as que estão vindo do nosso adido militar lá, e que são limitadas”, disse Mourão, que já foi adido militar naquele país.
O vice-presidente, entretanto, avaliou que não há volta para os opositores. “Não há mais recuo. Depois disso aí ou eles vão ser presos, ou o Maduro vai embora. Não tem outra saída para isso aí”, completou.