Viver com menos de R$ 2,60 por dia é a realidade de 34.688 sorocabanos, o que caracteriza situação de extrema pobreza. Outras 26.907 pessoas se enquadram na situação de pobreza, com R$ 6 reais diários para alimentação, moradia, roupas e higiene. Ao todo, 21.411 famílias vivem na miséria em Sorocaba e o dado mais preocupante divulgado pela Secretaria de Igualdade e Assistência Social (Sias) é referente às crianças: mais de 30,5 mil vivem em situação de pobreza e extrema pobreza na cidade.
Segundo a Sias, todas as 21.411 famílias estão cadastradas no Cadastro Único do Governo Federal, que é a via de acesso aos benefícios sociais como o Bolsa Família. Mas ocorre, porém, que muitas destas famílias acabaram perdendo os seus benefícios por descumprirem requisitos legais para o recebimento do dinheiro, como a pesagem periódica das crianças nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e frequência escolar.
Atualmente a cidade tem 17.354 famílias devidamente cadastradas no Bolsa Família e esse número é 4,9% maior se comparado ao ano passado, quando 16.531 famílias tinham acesso ao benefício. Porém, do total de famílias em situação de miséria, mais de três mil ficam sem o amparo do programa, mesmo vivendo com uma renda inferior a de R$ 78 per capita por mês.
Segundo a Sias, o lançamento de dados no sistema Cadastro Único é realizado pelo pela própria pasta, e a pesagem e frequência escolar é realizado respectivamente pelas secretarias da Saúde e da Educação. “Mas a inclusão no benefício, suspensão e cancelamento são feitos de forma automática pelo sistema com base no preenchimento dos requisitos”, justificou a pasta municipal.
Isto ocorre também devido a dados inconsistentes prestados ao Cadastro Único pela família, uma vez que o cadastro é autodeclaratório e o governo federal verifica essas informações comparando com outras bases de dados como o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), Relação Anual de Informações Sociais (Rais) e Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS).
De acordo com a Sias, por meio dos 11 Centros de Referência de Assistência Social (Cras) e uma unidade de Atendimento no Residencial Carandá, as famílias em vulnerabilidade recebem atendimentos técnicos e com cadastramento para benefícios assistenciais. Essas unidades contam com assistentes sociais, psicólogos, dentre outros profissionais que ofertam para a população os serviços de Convivência e Fortalecimento de Vínculos e o Serviço de Proteção e Atendimento Integral a Família.
Mapeamento
Os Cras também realizam um mapeamento sobre a situação socioeconômica das famílias que são acompanhadas e o maior nível de pessoas em situação de pobreza e extrema é na região do Ipiranga, na zona oeste de Sorocaba. Lá estão cadastradas 5.754 famílias, e dessas, 2.543 vivem em condições que caracterizam miséria. No Cras do Conjunto Ana Paula Eleutério, o Habiteto, o índice também é alto, com uma área de abrangência de 1.590 famílias. Dessas, pouco mais um mil vivem com menos de R$ 6 por dia.
No Cras São Bento, segundo o mapeamento apresentado pela Sias, 671 famílias, o que representa aproximadamente 2.350 pessoas, vivem como menos de R$ 2,60 por dia. Outros 1.900 sorocabanos residentes no bairro contam com no máximo R$ 6 diariamente. No Vitória Régia, segundo o Cras da região, 1.615 famílias acompanhadas estão em situação de pobreza e extrema pobreza. (Larissa Pessoa)
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