Um uma quinta-feira (19/09/2019) de baixa atividade legislativa no Congresso, nenhum assunto mobilizou mais interesse no Parlamento do que a sorte dos funcionários da Liderança do PT que dividiram a bolada de R$ 120 milhões na Mega-Sena 2.189. O sorteio foi na noite da última quarta (18/09/2019), mas as rodinhas de conversa continuaram quentes no dia seguinte, com muitos servidores e funcionários terceirizados garantindo presença nos próximos bolões.
As apostas em grupo são uma tradição no Congresso, assim como na maioria dos escritórios do país, principalmente quando o prêmio acumula. Ver a sorte passar tão perto, no entanto, levou o interesse no assunto a um nível muito mais alto. “Hoje nos mobilizamos para desenvolver um programinha de computador para ir pegando apostas já para a Mega-Sena da Virada, no fim do ano”, contou o servidor Paulo Eiras, assessor jurídico da liderança do PSD.
Até a “sorte grande” do funcionários petistas, Eiras era apontado nos corredores do Congresso como “o cara” dos bolões. “Até a Mega da Virada de 2016 para 2017 eu nunca tinha sido de apostar”, conta ele. “Mas é um negócio que é fácil pegar gosto”, completa.
O servidor disse que jogou para os colegas a ideia de fazer o bolão durante o plantão de fim de ano. “Estava metade da equipe, umas 26 pessoas. Jogamos e ganhamos na Quina! Deu R$ 56 mil, que a gente dividiu. Aí ficou sério”, relata o funcionário público.
Ele começou a controlar o bolão dos colegas e a receber pedidos de participação até de servidores que não conhecia. “E ganhamos de novo na Quina da Mega da Virada de 2017 para 2018, deu uns R$ 860 para cada um dessa vez. Batemos duas vezes na trave, mas ainda vamos fazer esse gol que o pessoal do PT fez”, diverte-se.
A servidora comissionada Maria Carolina Lopes, que também trabalha na liderança do PSD, foi uma das ganhadoras da segunda Quina e aplicou o dinheiro no banco. “Está em R$ 1.045. E sigo apostando porque tenho fé que uma hora sai”, afirma.
“Não é nem só para jogar”, explica Eiras, “mas para pagar contas, fazer pequenas operações. Aqui no Congresso só tem postos bancários, que ficam lotados sempre. É um problema. Não sei se tem alguma limitação legal, mas se alguém abrir uma lotérica aqui, vai lucrar”.