O TBT desta quinta-feira (3) vai contar um pouco da história do Engenheiro Telmo Pereira Cardoso e sua paixão pelo Aeroclube de Sorocaba.
Nos anos de 1960, José Pereira Cardoso levou seu dois filhos gêmeos — Telmo e Túlio — para assistir um show Aeroclube de Sorocaba. “Eu devia ter por volta de 7 anos, mas não esqueço mais dos aviões coloridos, do barulho dos motores, das manobras… aquilo me impregnou com o ‘aerococcus’”, se recorda Telmo.
Muitos anos depois, em 1977, recém-formado engenheiro, Telmo se inscreveu no curso de Piloto Privado (PP) e começou suas aulas teóricas, ministradas por Oduvaldo Vaccari e Paulo Dirceu Dias. Logo depois de aprovado no exame teórico, o jovem Telmo começou finalmente a realizar seu sonho de criança e fez seu primeiro voo em um Paulistinha PP-RRE, com o instrutor Vicentinho Flório de Andrade.
Naquela época, Telmo era funcionário da Estamparia Cianê, industria têxtil, e acabou sendo transferido para a área cimenteira daquele grupo industrial, o que o fez trabalhar nos estados do Rio de Janeiro, Goiás e Minas Gerais, para atuar nos projetos de modernização das fábricas de cimento. Foram anos muito bons, porém pessoalmente Telmo tinha sempre em mente a imagen dos aviões e do barulho dos seus motores.
Em Minas Gerais, Telmo resolveu voltar a voar, desta vez pelo Aeroclube de Barbacena, com o instrutor Ávila, num P-56. Voltando para Sorocaba em 1983, Telmo retornou ao Aeroclube e ai literalmente “se enfiou de cabeça” naquilo, até com prejuízo da vida familiar — já que eu não saia do aeroclube. Em 1991, Bertran Luiz Leupolz, que era sócio fundador da Conal e hoje dá nome ao aeroporto, convidou o engenheiro para ser diretor social. Em 1993, substituindo Betran, Telmo se elegeu presidente do Aeroclube, cargo no qual ficou por duas gestões consecutivas, de 1993 a 1996.
Telmo aprendeu muito, fez bons amigos e lutou pelo Aeroclube e pela Escola de Pilotagem, sempre em defesa de que esta deveria ser administrada como uma empresa e escola, além das atividades sociais do clube, com ênfase para segurança e cumprimento do estatuto e das normas do então Ministério da Aeronáutica. “Tenho o sentimento de missão cumprida. Só sinto falta, principalmente nos finais de semana, de não escutar o barulho dos motores dos ‘teco-tecos‘ cruzando os céus de Sorocaba. Eram muitos.” Telmo aguarda um volta breve do Aeroclube. “Tudo pode e deve ser resolvido é só persistir, ter coragem, vontade, entender e atender às novas regras.”
O Aeroclube de Sorocaba foi fundado em maio de 1942 por um grupo de empresários, incentivados pelo jornalista Assis Chateaubriand, que tinha fazenda na região. Entre os apoiadores estavam pessoas de destaque na história da cidade, como o bispo D. José Carlos Aguirre, os empresários Antônio Pereira Ignácio, cofundador do Grupo Votorantim, Severino Pereira da Silva, criador da Companhia Nacional de Estamparia (Ciâne), e Luiz Pinto Thomaz, fundador da Siderúrgica Nossa Senhora Aparecida. O primeiro hangar, projetado pelo engenheiro Alexandre Albuquerque, da Escola Politécnica da USP, tinha o maior vão livre do Brasil na época, com 25 metros. O primeiro avião, um Piper de fabricação americana, foi doado pelo empresário Valentim Bouças, conselheiro financeiro do ex-presidente Getúlio Vargas. Entre os alunos que passaram pelo curso de pilotagem de Sorocaba estão o lendário piloto de acrobacia aérea Alberto Bertelli, e o ex-presidente do Superior Tribunal Militar, brigadeiro Cherubim Rosa Filho.
A Coluna Presença quer ouvir a sua história. Faça como o Telmo, envie um e-mail para [email protected].
#TBT é uma gíria popular que significa “Throwback Thursday” e pode ser traduzida, do inglês, como “quinta-feira do retorno” ou “quinta-feira do regresso”. A gíria, simbolizada por #tbt, é utilizada pelos usuários de redes sociais como hashtag para marcar fotos que se refiram ao passado.
O post #TBT: Aeroclube de Sorocaba apareceu primeiro em Jornal Cruzeiro do Sul.