A Policia Federal (PF) apontou “contribuições indevidas” de R$ 64,9 milhões das empreiteiras Odebrecht e Andrade Gutierrez ao deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) nas obras das hidrelétricas do Rio Madeira, que passa por Amazonas e Rondônia. O relatório final aponta corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
De acordo com o delegado Bernardo Guidali Amaral, que assina o relatório, o esquema tinha a participação dos doleiros Dario Messer, conhecido como “doleiro dos doleiros” e José Antônio Estevão, além do ex-diretor de Furnas Dimas Toledo. Os pagamentos teriam sido feitos em 2008 e 2011.
Aécio teria recebido os valores pela influência no setor de energia elétrica para ajudar as empresas nas obras em que tinham interesse. O delegado se baseou na delação premiada do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (MDB), segundo quem Aécio lhe confidenciou a propina.
De posse do relatório, fica a cargo do Ministério Público Federal (MPF) decidir se oferece ou não denúncia contra o parlamentar.
Ao Metrópoles, a assessoria do deputado manifestou, em nota assinada pelo advogado Alberto Zacharias Toron, “absoluta perplexidade” com o que classifica como “absurdas conclusões” do relatório.
Segundo a defesa, a obra em questão era tocada pelo governo federal, ao qual ele fazia oposição, e que não tinha relação com o governo de Minas Gerais. Afirmando não haver provas contra o tucano, o advogado diz confiar no arquivamento da investigação.
“As temerárias e fantasiosas conclusões a que chega o Delegado são baseadas em delações espúrias, algumas delas sequer aceitas pelo MPF e em relatos de ‘ouvir dizer’. Não há um singelo elemento de prova que as corrobore.”
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