EUA: contra vilolência e racismo, ao menos 100 mil protestam em Washington

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Em Washington, capital dos Estados Unidos, pelo menos 100 mil pessoas se concentraram em frente à Casa Branca neste sábado (06/06) para o maior ato de protesto contra o assassinato de George Floyd, um ex-segurança negro, por um policial branco, ocorrido no final do mês passado nos Estados Unidos. São informações do Estadão.

Apesar das contínuas ameaças do presidente Donald Trump de usar as Forças Armadas para coibir manifestantes, as forças de segurança estavam reduzidas na capital norte-americana.

No décimo segundo dia de manifestações, os protestos aconteceram em diversas cidades do país. Segundo organizadores, ao menos um milhão de pessoas se reuniram em Washington, Nova York, Atlanta, Houston, Los Angeles, Minneapolis e Nova Orleans, em manifestações quase sempre pacíficas.

Os EUA vivem há quase duas semanas protestos espalhados por mais de 140 cidades que pedem o fim do racismo sistêmico no tratamento dispensado pela polícia aos americanos negros. O estopim da agitação civil foi a morte de Floyd, o negro americano de 46 anos, morto após um policial branco segurar seu pescoço com o joelho contra o chão.

História que se repete

A morte violenta de um cidadão negro nos EUA após abordagem feita por policiais brancos é uma história que vem se repetindo no país e já causou protestos similares. Desta vez, um vídeo que deixa claro a brutalidade da ação e o pano de fundo social e econômico de um país em recessão e com mais de 100 mil mortos pelo coronavírus colaboraram para que a manifestação ganhasse ares históricos, comparada aos protestos de 1968, depois da morte de Martin Luther King.

Ainda não está claro, no entanto, o quanto os protestos podem ameaçar a reeleição de Trump ou beneficiar o candidato democrata à presidência, Joe Biden.

O discurso de lei e de ordem de Trump tem apelo entre a base eleitoral do republicano, mas integrantes do próprio partido criticaram o uso de bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo para retirar manifestantes pacíficos da praça em frente à Casa Branca.

“Este é um daqueles raros momentos de incerteza em que é possível que o muro de apoio republicano a Trump finalmente desmorone. Ainda é improvável que isso aconteça, mas como já escrevi antes, se acontecer, acontecerá repentinamente”, escreveu Lee Drutman, autor do livro Breaking the Two-Party Doom Loop: The Case for Multiparty Democracy in America, ao site FiveThirtyEight, que agrega análises e pesquisas políticas.


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