Aras critica Lava Jato e fala em desvios da força-tarefa

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Aras critica Lava Jato e fala em desvios da força-tarefa
Augusto Aras afirma que força-tarefa tem arquivos sigilosos. Crédito da foto: Evaristo Sá / AFP

O Procurador-Geral da República, Augusto Aras, afirmou na noite desta terça-feira (28), que “é hora de corrigir os rumos para que o lavajatismo não perdure”. Segundo o chefe do Ministério Público Federal, tal “correção de desvios”, no entanto, não significa redução do empenho no combate à corrupção. A fala do procurador repercutiu entre autoridades e também recebeu críticas de membros da força-tarefa e do ex-juiz Sergio Moro.

“Espero que o enfrentamento a macrocriminalidade, especialmente naquela corrupção relativa a grandes capitais continue a se fazer do mesmo modo, mas no universo dos limites da Constituição e das leis. O lavajatismo há de passar”, afirmou em ‘live’ do Grupo Prerrogativas.

O procurador-geral também comentou sobre o pedido de acesso ao banco de dados conservado pela força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, afirmando que o mesmo é resultado da busca por transparência no Ministério Público Federal. “Todo o Ministério Público Federal, no seu sistema único, tem 40 terabytes. Curitiba tem 350 terabytes e 38 mil pessoas lá com seus dados depositados. Ninguém sabe como foram escolhidos, quais os critérios”.

Na avaliação do chefe do Ministério Público Federal, os dados obtidos por promotores e procuradores não podem servir a “propósitos antirrepublicanos” e que “não se pode imaginar que uma unidade institucional se faça com segredos”.

Reações

As críticas feitas pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, à Lava Jato causaram reação de integrantes das forças-tarefa da operação e do ex-juiz e ex-ministro da Justiça Sérgio Moro. Já o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu a legitimidade de Aras para questionar os métodos da investigação.

Em resposta a Aras, Moro afirmou que “desconhece segredos ilícitos” da operação e que a investigação “sempre foi transparente‘. Em nota, procuradores da Lava Jato declararam que “devem ser refutados ataques genéricos e infundados às atividades de procuradores e as tentativas de interferir no seu trabalho independente”, diz o texto assinado pelo MP no Paraná. “A ilação de que há ‘caixas de segredos’ no trabalho dos procuradores é falsa, assim como a alegação de que haveria milhares de documentos ocultos. Não há na força-tarefa documentos secretos. Os documentos estão registrados nos sistemas eletrônicos da Justiça Federal ou do Ministério Público Federal e podem ser acessados”, afirma o comunicado da Lava Jato

Maia, no entanto, defendeu o “alerta” de Aras. “A impressão que me dá é de que (procuradores) não gostam de ser fiscalizados. Eu não vejo como funciona o sistema de controle no momento em que o procurador-geral, que é o responsável por todos os MPs, não deve, na opinião deles, ter acesso a informações”, afirmou Maia ao programa Manhã Bandeirantes, ontem. (Estadão Conteúdo)






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