Golpistas enganavam idosos perto de bancos em Sorocaba

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Golpistas enganavam idosos perto de bancos em Sorocaba
Delegado Acácio Leite: grupo atuava havia 10 meses. Crédito da foto: Divulgação / Polícia Civil (2/7/2019)

Integrante de uma quadrilha acusada de estelionato foi presa nesta quinta-feira (13) em Embu das Artes, na Região Metropolitana de São Paulo. Conforme a Polícia Civil, o grupo aplicava golpes contra idosos em Sorocaba. A mulher, de 41 anos, foi detida em casa. A prisão ocorreu durante operação Golpe Baixo, deflagrada por agentes do 3º e 8º Distritos Policiais de Sorocaba. Outros dois suspeitos não foram localizados e seguem foragidos.

A polícia cumpriu três mandados de prisão temporária e quatro de busca e apreensão em oito endereços nas cidades de Embu e Itapecerica da Serra. De acordo com Acácio Leite, delegado do 8º DP, não foi possível encontrar os outros dois integrantes porque têm diversos endereços e se mudam frequentemente.

Prisão temporária

Ainda conforme o delegado, também não foram localizados os “escritórios” onde os golpistas operavam nem objetos pessoais das vítimas e materiais usados nos crimes.

A mulher foi ouvida na sede do 3º Distrito Policial. Ela teria confessado participação no esquema e foi autuada por estelionato, com agravante de prática de crime contra idoso. A Justiça deverá decidir se converte a prisão temporária em preventiva. A mulher ficaria detida na Cadeia Pública de Cesário Lange.

O golpe

De acordo com o delegado Acácio Leite, os integrantes do grupo são de Embu e Itapecerica e atuavam na região central e na zona norte de Sorocaba há cerca de dez meses. Ao menos dois deles faziam o “trabalho de campo”.

O golpe era aplicado em idosos desacompanhados e, principalmente, com idades avançadas. As ações ocorriam em frente às agências bancárias, entre o 1º e o 10º dia de cada mês. Essas datas eram escolhidas porque são, geralmente, os dias de pagamentos de aposentadorias e outros benefícios.

Assim que observavam a aproximação das vítimas, os criminosos jogavam uma carteira nas calçadas próximas aos bancos. Quando o idoso encontrava o objeto, a mulher (presa ontem) aparecia e se oferecia para ajudar a encontrar o dono, conforme relato do delegado.

Recompensa aos idosos

Em seguida, outro integrante dizia ser o dono. Ele oferecia uma “recompensa” às pessoas por terem localizado e devolvido o item. Então, entregava uma caixa de sapato à golpista. Já para a vítima informava que o “prêmio” deveria ser retirado em lojas ou bares situados naquelas áreas.

O suspeito também dizia que era proibida a entrada com bolsas, carteiras e sacolas nos locais. Pedia às vítimas, então, para deixarem esses pertences com ele e, na sequência, fugia. Os estelionatários levavam documentos, dinheiro, cartões, celulares, papéis com anotações de dados bancários, entre outros objetos pessoais dos idosos, informa o delegado. Posteriormente, faziam saques, compras e transferências bancárias.

Até esta quinta-feira (13), em torno de 15 vítimas tinham sido identificadas. Mas esse número pode ser maior, pois nem todos denunciam, acredita o delegado do 8º DP . “Os idosos têm vergonha de elaborar o boletim de ocorrência e acabam não procurando a polícia”, diz.

A investigação começou há cerca de dez meses, no segundo semestre de 2019, conta o delegado. À época, os agentes do 3º e 8º Distritos Policiais começaram a receber várias denúncias sobre crimes praticados de forma semelhante.

Por esse motivo, levantou-se a suspeita da operação de uma quadrilha de estelionatários. A partir disso, a Polícia Civil identificou os três suspeitos, bem como os endereços usados por eles, dando início à operação. (Vinícius Camargo)

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