O Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Sorocaba (Saae) iniciou esta semana um trabalho de desassoreamento, limpeza e retirada de bancos de areia de lagos localizados em parques e, principalmente, bacias de contenção construídas em alguns bairros da cidade com o objetivo de combater alagamentos.
É sem dúvida um trabalho importante de prevenção e limpeza pois é visível o mau estado desses reservatórios, mesmo para leigos.
Em alguns deles, o espaço que serviria para armazenar água por um certo período durante as chuvas fortes, evitando assim alagamentos, apresenta grande quantidade de terra e areia, muitas vezes coberto por mato.
Sem manter seu volume ideal de armazenamento, os reservatórios praticamente perdem sua razão de existir. O serviço é necessário, mas certamente poderia ter começado bem antes, uma vez que este ano tivemos um longo período de estiagem.
Não será surpresa se, em meio essa operação que está programada para vários parques, os trabalhos não tiverem que ser interrompidos por conta de chuvas fortes, típicas da primavera.
A bacia de contenção mais conhecida é a do Parque Campolim, implantada em área pública no final dos anos 1990 em um fundo de vale e que era motivo para alagamentos constantes em algumas áreas próximas à avenida Antonio Carlos Comitre.
Sua construção, com ajardinamento competente, construção de pistas de caminhada e áreas para outras atividades esportivas tornaram o local um dos parques mais conhecidos da cidade e ponto de atração de uma região nobre da cidade.
Os trabalhos agora se concentram no Parque Carlos Alberto de Souza, que é como se chama essa grande área que tem três reservatórios de contenção e começaram com o reservatório que fica no nível mais alto, próximo à rodovia Raposo Tavares. Na sequência serão desassoreadas as outras duas bacias de contenção existentes no local.
Trabalho semelhante foi realizado anteriormente no parque Kasato Maru, na mesma região e formado no entorno de uma das primeiras bacias de contenção da cidade, no cruzamento das avenidas Antônio Carlos Comitre e Washington Luiz. Grande quantidade de areia e mato foram retirados do local, que voltou a ter capacidade de armazenagem original.
De acordo com a programação da autarquia, na sequência serão atendidas os Reservatórios de Detenção de Cheias do córrego da Água Vermelha, na região da Vila Jardini. Lá existem dois reservatórios e no RDC 2, foi criado o Parque Romeu Pires Osório, no mês de agosto do ano passado.
Além desse necessário trabalho de desassoreamento e limpeza dos reservatórios, construídos para livrar algumas regiões da cidade de alagamentos, o poder público municipal precisa fazer uma boa revisão em todos os seus parques, incluindo as bacias de contenção. Eles são em geral bem construídos, têm visual agradável e se tornaram áreas de lazer importantes na cidade.
Ocorre que nem sempre a conservação desses locais é bem feita. Há muitos casos em que a limpeza é insuficiente e a Prefeitura não consegue impedir atos de vandalismo, muito menos reparar os danos causados com rapidez necessária.
O RDC Romeu Pires Osório é um dos mais novos parques da cidade e, desde sua inauguração, há pouco mais de um ano, atrai grande número de pessoas que ali fazem caminhadas ou levam crianças para o playground.
Mesmo assim, já se percebe a ação dos vândalos que quebraram o vidro de proteção da placa de inauguração que dá nome ao local e até a escultura de Dom Quixote, do artista plástico André Muller, que havia sido emprestada para a Prefeitura para ficar exposta no local, foi retirada pelo autor. Segundo ele, vândalos causaram danos à obra de arte.
Em outros parques, há problemas mais graves. Frequentadores do Parque dos Espanhóis, localizado na Vila Assis, reclamam do abandono geral daquele logradouro.
O mato cresce em muitas partes e há um recorrente mau cheiro naquele local que os moradores atribuem à lagoa ali existente e ao córrego que corta o parque. Há suspeitas, inclusive do Saae, que existam ligações clandestinas que estão jogando esgoto no córrego.
Esse é apenas um exemplo de parques e jardins que podem melhorar se a Prefeitura de Sorocaba aperfeiçoar o conceito de zeladoria municipal, com maior vigilância nessas áreas públicas para evitar vandalismo, limpeza contínua e reposição de equipamentos danificados.
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