Depois de ser atingido fortemente nos primeiros meses da pandemia de coronavírus, o mercado de trabalho formal brasileiro registrou em outubro a abertura de 394.989 vagas, um recorde histórico. Foi o quarto mês consecutivo de resultado positivo, de acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados ontem pelo Ministério da Economia.
Em setembro, a abertura de postos de trabalho somou 311.552. O resultado de outubro decorreu de 1,548 milhão de admissões e 1,153 milhão de demissões. Em outubro de 2019, houve a abertura de 70.852 vagas com carteira assinada. No acumulado do ano até outubro, o saldo do Caged ainda ficou negativo em 171.139 vagas.
Os piores meses no Caged foram março, com perda de 268.999 vagas, o fundo do poço de abril, com a destruição de 942.774 empregos formais, e maio, com a demissão líquida de 363.412 trabalhadores. Os dados dos meses anteriores foram atualizados ontem pela pasta.
A abertura líquida de 394.989 vagas de trabalho com carteira assinada em outubro foi impulsionada pelos bons desempenhos do setor de serviços, comércio e construção. Houve um saldo positivo de 156.766 contratações no setor de serviços em outubro, o que mais abriu vagas.
No comércio, o resultado foi positivo em 115.647 vagas. Na indústria, saldo de 86.426. Já na construção, foram recuperadas 36.296 vagas no mês passado, e a agricultura registrou o fechamento de 120 vagas.
Guedes
Após a abertura recorde de vagas formais em outubro, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o País pode terminar o ano com perda zero de empregos com carteira assinada.
Em um pronunciamento no início da coletiva, Guedes ressaltou que a abertura de 394.989 vagas em outubro é o maior número da série histórica, desde 1992. “A economia continua retomando em ‘V’ e gerando empregos em ritmo acelerado. Reagimos com resiliência, soubemos fazer distanciamento social e ao mesmo tempo manter a economia girando”, afirmou.
O ministro deixou a coletiva sem responder perguntas, como tem feito nessas ocasiões. Ele agradeceu ao presidente Jair Bolsonaro por ter mantido a equipe econômica que, segundo ele, foi várias vezes ameaçada, e disse estar bastante satisfeito. “Preservamos a vida no que foi possível e preservamos empregos. Ligamos agora a máquina de criar empregos de novo. Se terminarmos o ano com zero perda de emprego formal, terá sido ano histórico”, acrescentou.
O ministro ressaltou que o Benefício Emergencial — programa que permitiu suspender salários e contratos de trabalho — foi “crucial” na manutenção de empregos. (Estadão Conteúdo)
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