Com o aumento na produção industrial e maior pagamento de tributos por empresas, a arrecadação de impostos e contribuições federais bateu recorde em março e no primeiro trimestre.
Em março, a arrecadação federal somou R$ 137,9 bilhões, um aumento real (descontada a inflação) de 18,5% na comparação com o mesmo mês de 2020. É o maior valor da série da Receita, que teve início em 1995.
Já no primeiro trimestre, o recolhimento de impostos e contribuições somou R$ 445,9 bilhões, também o maior volume para o trimestre da série. O montante ainda representa um avanço real de 5,6% na comparação com os primeiros três meses do ano passado.
Apesar de os valores terem animado a equipe econômica, os dados do mês passado são referentes a fatos ocorridos ainda em fevereiro, cujo tributo foi recolhido apenas em março. Dessa forma, os números ainda não foram afetados pela segunda onda da Covid-19, que exigiu que novas medidas de restrição de circulação fossem adotadas em muitos Estados para evitar o colapso do sistema hospitalar.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, comemorou o resultado da arrecadação em março e no primeiro trimestre deste ano, mas admitiu que a segunda onda da Covid-19 pode ter impacto no nível de atividade.
“O Brasil se levantou. Foi derrubado pela pandemia, mas se recuperou”, disse. Guedes não costuma participar das entrevistas mensais da Receita Federal que divulgam os dados da arrecadação, mas, pelo segundo mês consecutivo, diante do dado recorde, fez um pronunciamento no início da coletiva e deixou a transmissão antes das perguntas dos jornalistas.
De acordo com a Receita, o comportamento da arrecadação de março e no primeiro trimestre decorre, entre outros fatores, de arrecadações extraordinárias do Imposto de Renda Pessoa Jurídica e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (R$ 4 bilhões em março).
Isso de deveu a operações de reorganização societária e ao desempenho de setores como siderurgia e mineração, que tiveram aumento no faturamento por conta da alta no preço das commodities e pela apreciação do dólar.
Também houve ajuste nas previsões de lucros por parte do setor financeiro, refletidos no maior pagamento de impostos. Além disso, o câmbio e o aumento nas importações contribuíram para o maior recolhimento de impostos.
Segundo o chefe do Centro de Estudos Tributários da Receita Federal, Claudemir Malaquias, a arrecadação de abril também tem sido “satisfatória” e está dentro das expectativas do Fisco.
Para o economista-chefe da Órama, Alexandre Espírito Santo, a “grata surpresa” em março indica que a atividade econômica não foi, no primeiro trimestre, tão fraca como previa o mercado financeiro. (Estadão Conteúdo)
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