Bernardo Assis está fazendo sucesso com o personagem Catatau, que ganhou mais destaque na reta final de Salve-se Quem Puder. O que os fãs do artista não sabem, é que antes de ser contratado pela TV Globo, o ator passou por muita dificuldade financeira e chegou a morar nas ruas do Rio de Janeiro.
Assim como o personagem da trama de Daniel Ortiz, Bernardo também é um homem trans e superou todo tipo de preconceito e descrédito. Na época, contou com o apoio de ONGs que acolhem membros da comunidade LGBTQIA+, como a Casa Nem.
“Reconheço todo meu privilégio de ser um homem branco, mas vim do subúrbio, sai de casa e passei um tempo na rua. É uma luta diária a sobrevivência de uma pessoa trans. Por conta do meu trabalho, hoje consigo ser acolhido por amigos, por colegas. Estou morando em São Paulo. Temos algumas Ongs que ajudam muito a população trans. Fui acolhido pela Casa Nem. Fui acolhido lá diversas vezes”, lembra Bernardo, em entrevista à Quem.
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O ator celebra a importância da representatividade do seu papel na novela das 19h. “Quero ser reconhecido pelo meu trabalho, conquistar novas oportunidades. A gente precisa desconstruir a distinção de pessoas pelo gênero delas. É muito importante termos pessoas aliadas e falarmos sobre esse tema para a massa, como na novela. Que o público possa conhecer cada vez mais narrativas de pessoas trans e nossas vivências sejam mostradas também de maneira positiva. Há esperança de que um dia essa situação mude”, afirma.
Na pele de Catatau, Bernardo Assis marcou seu nome na história da televisão brasileira. O artista protagonizou o primeiro beijo entre um homem trans e uma mulher cis (que se identifica com o gênero de nascença), ao viver um affair com Renatinha (Juliana Alves).
“Tenho plena consciência de que é necessário e urgente passar por isso, para que outros artistas não passem por isso. As pessoas não estão preparadas para ver pessoas trans em destaque, sem ser em situação de violência. A gente tem várias notícias diárias de pessoas trans sendo agredidas e mortas e isso não causa mais comoção. Mas se colocam uma pessoa trans em destaque, falando do trabalho, na televisão, incomoda a sociedade. A gente quer falar das nossas carreiras, trabalho, estudo, talento. Queremos estar em todos os lugares”, conclui.
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