Os Milwaukee Bucks são campeões da NBA. A conquista veio na madrugada desta quarta-feira (21/7), com uma vitória por 105 x 98 contra o Phoenix Suns, que fechou a decisiva série melhor de sete em favor do time de Wisconsin. Apesar de a franquia ter dado uma aula sobre como construir um time vencedor tendo a desvantagem de estar em um mercado pequeno, uma possível vitória dos Bucks foi questionada em diversos momentos ao longo das últimas temporadas.
Após ter recrutado e desenvolvido Giannis Antetokounmpo — que se tornou um dos jogadores mais dominantes da NBA –, e ter construído um elenco digno ao seu redor, trocando por Khris Middleton e assinando com Brook Lopez, os Bucks passaram por eliminações traumáticas, que fizeram os analistas questionarem se esse time de Milwaukee era realmente um candidato a título, ou apenas uma equipe sólida em temporadas regular. As principais vítimas foram o técnico Mike Budenholzer, cuja estabilidade no emprego, até o início da série contra o Phoenix Suns, não era garantida, e o próprio Greek Freak. As deficiências do bi-MVP foram amplificadas — a falta de refinamento de seu jogo ofensivo e suas dificuldades com lances livres — e começaram a pairar dúvidas sobre sua viabilidade como opção número 1 de um time com pretensões de título.
Com a decepcionante eliminação para o Miami Heat nos playoffs da temporada passada e as inevitáveis críticas para o restante do elenco, Giannis chegou para a temporada atual com uma renovação de contrato pairando sobre ele. O grego iria renovar com uma equipe no modesto mercado de Milwaukee, que vinha somando prematuras saídas em pós-temporada, ou tentar a sorte em pastos mais…abastados, como Miami ou na Califórnia?
Giannis sempre se mostrou uma superestrela relutante, que nunca se sentiria à vontade em um mercado como Los Angeles e Miami. Com a lealdade posta à prova (e um belo incentivo financeiro), Antetokounmpo renovou com os Bucks por modestos US$ 256 milhões (R$ 1,3 bilhão), o maior salário da NBA, se comprometendo a cinco anos de contrato. Sem a pressão e a dúvida sobre se a sua maior estrela desde Kareem Abdul-Jabbar permaneceria na cidade, Milwaukee foi ao mercado, reforçar a equipe para mais uma batalha.
Apesar de a off-season ter começado com uma decepção — a contratação de Bogdan Bogdanovic não se concretizou por uma falha de comunicação entre o atleta e a diretoria do Sacramento Kings –, Milwaukee, eventualmente, fecharia uma troca que mudaria os destinos da equipe na temporada 2020-21 da NBA. No dia 17 de dezembro de 2020, os Bucks enviaram Eric Bledsoe, George Hill e três trocas de primeira rodada para o New Orleans Pelicans pelo armador Jrue Holiday. E o resto, como dizem, é história.
Milwaukee registrou um recorde de 46 vitórias e 26 derrotas na temporada regular, varreu o Miami Heat na primeira rodada dos playoffs, exorcizando o fantasma da temporada anterior, e contou com a “sorte” e grandes performances do criticado Khris Middleton para bater o badalado Brooklyn Nets com um impossível Kevin Durant e um baleado James Harden (Kyrie Irving sofreu uma lesão no tornozelo e ficou de fora dos jogos finais da série). Se a sorte é aliada de todo time campeão da NBA, ela pareceu ter abandonado os Bucks na final de conferência, contra o surpreendente Atlanta Hawks. No Jogo 4, Giannis teve uma hiperextensão em seu joelho esquerdo e perdeu o restante da série, e os Bucks tiveram que, novamente, contar com Middleton, Holiday e seu elenco de apoio para chegar à primeira final da equipe desde 1974.
Contra o Suns, Giannis mostrou toda a sua resiliência, e o que era para ser uma ausência, se tornou uma presença surpreendente, com um jogo completo tanto na defesa quanto no ataque, em uma série que suas principais peças tiveram grandes momentos para ajudar Milwaukee a conquistar seu primeiro campeonato desde 1971, quando a equipe ainda contava com a lenda Kareem Abdul-Jabbar em seu elenco.
No Jogo que fechou a série melhor de 7, Antetokounmpo marcou 50 pontos, pegou 13 rebotes e distribuiu duas assistências, se tornando apenas o sétimo jogador a ter um jogo de 50 pontos em uma partida de final (a lista é formada por LeBron James, Michael Jordan, Jerry West, Rick Barry, Elgin Baylor, Bob Petit e, agora, o Grego). Aos 26 anos, o anel de campeão se junta a um currículo que conta com dois prêmios de MVP, um MVP das Finais e um Melhor Defensor da Temporada. Uma jornada que o credencia para a conversa de um dos melhores jogadores de todos os tempos da sua posição. Kareem está orgulhoso.
O post Milwaukee Bucks superam Suns e, 50 anos depois, são campeões da NBA apareceu primeiro em Metrópoles.