Luis Miranda sobre acareação com Onyx Lozenzone “Não tenho medo da Verdade”

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CPI da Covid aprovou nesta quarta-feira (11), em caráter de urgência, acareação entre o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) e o ministro do Trabalho, Onyx Lorenzoni, sobre as denúncias de um suposto esquema de corrupção na compra da vacina indiana Covaxin contra covid-19 pelo governo Bolsonaro.

O vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues, disse que o avanço das investigações, com quebra de sigilo das partes envolvidas, levou os senadores a agilizarem a acareação depois de semanas de depoimentos focados em denúncias na compra de outras vacinas.

A acareação consistirá em reunir as duas testemunhas do caso, em frente aos senadores integrantes da comissão, para que cada um prove sua versão. O procedimento deve ocorrer na próxima quarta-feira (18), depois de ser votado às pressas durante a sessão desta quarta da CPI.

De um lado, o deputado Miranda denunciou, junto com seu irmão, o servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda, que a compra do imunizante tinha indícios óbvios de corrupção.

Por este motivo, a dupla teria levado os papéis da compra pessoalmente ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no dia 20 de março. A versão do governo hoje – em contradição com fala anterior de Bolsonaro sobre Miranda não o ter alertado de “nada” – é de que o presidente mandou o então ministro Eduardo Pazuello investigar a compra. O militar não teria encontrado irregularidades.

Do outro lado, Onyx afirmou horas depois da denúncia estourar que os irmãos falsificaram as Invoices (notas fiscais) das compras para imputar o crime ao governo Bolsonaro. Estas versões conflitantes sobre os documentos são um dos principais pontos que a CPI e a Polícia Federal, que também investiga o caso, buscam esclarecer.

A versão de Onyx é a mesma da Precisa Medicamentos, que intermediou a compra da Covaxin. Em vídeo enviado à CPI, o presidente da empresa, Francisco Maximiano, afirmou que as notas fiscais fraudulentas ainda não tinham sido enviadas ao Ministério da Saúde no dia 20 de março.

Falas da própria empresa, porém, contradizem esta narrativa sobre as notas fiscais e sustentam a possibilidade dos documentos terem sido enviados a tempo dos irmãos Miranda detectarem a irregularidade para mostrar a Jair Bolsonaro. Contra esta versão da Precisa também está a palavra do consultor da Saúde William Santana, que supervisionou a compra.

Além disso, pesa contra a empresa o cancelamento do contrato pelo Ministério da Saúde, depois que a CGU (Controladoria-Geral da União) identificou fraude em dois documentos enviados pela Precisa ao governo Bolsonaro. Uma perícia da Polícia Legislativa do Senado, feita a pedido da CPI, chegou à mesma conclusão.

 

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