O pagode em Brasília sempre esteve presente, em festas, churrascos, bares e outros eventos da cidade. Recentemente, novos grupos conseguiram levar o nome da capital federal para todo Brasil, principalmente o Menos é Mais – um dos expoentes do gênero no país – e o Di Propóstio. No mesmo caminho, outros grupos e cantores bem estabelecidos na cidade buscam surfar na boa fase e ascender com bons projetos, shows e música.
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Béli, cantor, 28
Iago Belisário começou cantando na igreja quando era mais jovem e, desde pequeno, sempre teve contato com o ambiente musical. A carreira profissional começou em 2015, como vocalista do grupo NaMoral. No começo, revezava o pagode com o trabalho e os estudos. Depois, com o grupo ganhando mais projeção em Brasília, decidiu seguir o sonho de viver da música.
“Quando comecei, não tinha nenhum contato, vim do zero. Só percebi que a carreira poderia dar certo há 3 anos e sou muito realizado por tocar e ser conhecido na minha cidade. Realizei objetivos com a banda e desde então venho renovando os objetivos”, conta o cantor.
Com a pandemia, o grupo acabou em 2020. Então, Iago decidiu pela carreira solo como Béli. Realizando shows pela capital, o artista se apresenta cantando sucessos do pagode. Neste segundo semestre, lançou a música autoral Pôr do Sol.
“É uma composição minha, escrevi em uma época que minha carreira não estava muito boa. Agora, anos depois, tive o prazer de gravar e a música está andando muito bem”, comenta Iago Belisário
Com o planejamento de lançar um novo single a cada dois meses e um projeto de regravações no fim do ano, o cantor já trabalha na nova música e sonha alto em busca dos objetivos traçados para a carreira.
Elas que toquem
Vanessa Lima, 26 (pandeiro); Bruninha, 34 (surdo); Maísa Lameira, 33 (vocal); Any Lopes, 22 (flauta); e Elaine Negona, 41 (tantã).
Um grupo de pagode apenas com mulheres. As amigas Maísa Lameira e Bruninha decidiram buscar por instrumentistas para fechar uma banda e conseguiram formar o Elas que Toquem. “Nós resolvemos influenciar mulheres a tocar pagode, a sonhar com o pagode, que é um meio muito masculino”, conta Maísa.
Com apenas um ano de trabalho, o grupo lançou o DVD Eu Canto o Poder, com diversas canções autorais e produção de Leandro Brito. A música de trabalho, Elas que Toquem, fala sobre o respeito. “A gente chegou. As mulheres podem fazer o que quiserem e se vestir como quiserem”, exclama a vocalista.
As mulheres realizam shows em Brasília e começam a receber oportunidades em outros estados também. Em breve, o Elas que Toquem estará no Rio de Janeiro para uma gravação. “Estamos buscando esse lado mais nacional. Por sermos uma das poucas bandas femininas de pagode, acreditamos que pode dar certo. Vamos buscar nosso espaço”, pontua Maísa.
Fala Comigo
Daniel Pinheiro, 29 (vocal); Hebert Nascimento, 27 (repique de mão); Cesinha, 27 (tantã); Arthurzinho, 21 (pandeiro); e Breno Vinicius, 20 (reco-reco).
O grupo Fala Comigo surgiu de uma parceria que vem de outros projetos. Os integrantes decidiram unir as qualidades para tocar juntos. O ponto inicial foi, de primeira, a gravação de um acústico em estúdio. Produzido por Leandro Brito, dono de um dos maiores canais de pagode no YouTube, o projeto apresentou a qualidade do grupo para o Brasil.
Após o lançamento nas plataformas digitais, o grupo avançou rapidamente. Os artistas começaram a realizar apresentações em Brasília e a receber o carinho do público. “É muito importante sermos bem-quistos em casa. É sinal que estamos trabalhando da maneira correta”, comenta Daniel.
Mesmo com a pandemia, o Fala Comigo continua a expandir os horizontes nacionalmente. No último trabalho do grupo, Tiee, renomado pagodeiro, fez uma participação especial. Além disso, os artistas continuam a estudar repertórios e criar materiais para continuar conquistando espaço no cenário nacional. Em setembro, o grupo Fala Comigo começa uma turnê nacional com shows em São Paulo e Goiânia.
Mesô
Gabriel de Sá, 30 (vocal principal); Thallis Feu, 34 (vocal e percussão); Caio Vinícius, 31 (cavaquinho); André Pupe, 31 (banjo); e Akin Kaióde, 30 (percussão).
Tudo começou em um encontro de amigos, onde faziam um pagode de mesa. O jargão “E aí, Mesô hoje?”, como convite, pegou e acabou se transformando no nome do grupo. A descontração e alegria dos momentos juntos permanece, mas agora os artistas trabalham para realizar o sonho de transmitir vivências, pensamentos e anseios através da música.
Com dois vocalistas, o Mesô é uma das atrações que frequentemente está nos bares da capital realizando shows de pagode. É o trabalho sendo reconhecido. “Ficamos muito felizes e lisonjeados, mas não surpresos. É bom saber que estamos no caminho certo”, conta Akin.
A pandemia, entretanto, foi um fator que distanciou o grupo do público. Nesse sentido, as redes sociais e o audiovisual foram imprescindíveis para manter os pagodeiros em evidência. Por isso, o grupo lançou o projeto Isso é Mesô, com músicas autorais e uma produção diferenciada.
A música Do Outro Lado do Mundo dá início às novidades. “O lançamento reúne características do grupo como um todo, desde as nossas primeiras referências musicais à utilização de novas tecnologias de som, vídeo e imagem”, explica Thallis.
Se Joga
Leonardo Neiva, 29 (vocalista); Caio Cavalcante, 28 (tantã); Vinicius Caldas, 28 (teclado); e Pedro Henrique Ribeiro, 28 (surdo).
A brincadeira, iniciada no Guará, virou um grupo de pagode em 2009. Os integrantes Caio Cavalcante e Leonardo Neiva começaram a tocar nas casas de show em Brasília como Se Joga, mas em outra formação, com outros instrumentistas. Conforme foram ganhando notoriedade na cidade, adicionaram Vinicius Caldas e Pedro Henrique no elenco. Com mais de 12 anos de carreira, o Se Joga conquistou fãs e admiradores pela capital.
“Esse reconhecimento é muito importante e um dos combustíveis para que a gente continue levando alegria para todos! Queremos ir além, muito além, e estamos trabalhando pra isso”, exclama Vinicius.
Com a formação atual, o grupo já gravou quatro músicas autorais e o videoclipe da música Página Rasgada. A canção contou com a produção de Boris Bass, produtor do Sorriso Maroto.
“Trabalhamos para que o reconhecimento seja nacional. Os projetos autorais, os shows e nossos vídeos no YouTube são feitos com carinho e muita dedicação. Queremos sempre colher o melhor que pudermos e, por isso, doamos o melhor que temos”, conclui Pedro Henrique.
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