Com gasolina a R$ 6 Reais fica cada vez mais difícil encontrar motoristas de apps no DF

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Sequência de altas no preço do combustível na capital tem levado profissionais a abandonarem transporte por aplicativo devido a prejuízos

A sequência de aumentos no preço dos combustíveis no Distrito Federal tem causado transtornos para motoristas que rodam pela capital. Em especial, para aqueles que usam os veículos como meio de obtenção de renda. É o caso dos profissionais que trabalham com aplicativos de transporte e delivery.

O quinto reajuste do preço da gasolina e do diesel anunciado pela Petrobras neste ano entrou em vigor  Os postos devem repassar aos consumidores o aumento de pelo menos R$ 0,23 no litro da gasolina, fazendo com que os preços nas bombas possam ficar acima de R$ 6,00 no DF.

Não vendo mais possibilidade de seguir como motorista de aplicativos de transporte, Rodrigo Lima, 37 anos, é um dos que deixará o emprego por conta dos gastos elevados. O morador do Gama já trabalhou fazendo corridas por diferentes apps, como a Uber, a 99 Pop e o iFood, mas agora pretende atuar em outro segmento.

“Eu já deixei plataformas por questões de segurança, mas agora, com essa questão do combustível, não dá mais para ficar em aplicativo algum”, diz.  vou começar a trabalhar com caminhão. Não é o que eu quero, mas é o que dá para ter”, completa.

Uma vez que teve quatro anos de experiência com plataformas de transporte e delivery, Rodrigo já tem o costume de colocar no papel o que ganha. Hoje ele se vê com menos de um salário mínimo ao final do mês.

“Eu tinha uma renda bruta de R$ 5 mil até o final do ano passado. Gastava cerca de R$ 2 mil com gasolina e sobrava R$ 3 mil, que dava para pagar o carro alugado e ficar com R$ 1,5 mil no fim do mês, de lucro. Nos últimos dois meses como motorista de app, eu tirei R$ 700. E olha que tem dia que faço 12 horas seguidas”, lamenta.

Alternativas

Uma alternativa encontrada pelo motorista Manoel Scooby, 43, foi assumir corridas nas cidades do Entorno do DF, onde o litro do combustível está mais barato. Outra saída é abastecer com etanol.

“Quando a gente pega uma corrida para o Goiás, já enche o tanque com álcool. Eu mesmo fui em Águas Lindas (GO) e lá o etanol estava R$ 3,99, aí enchi o tanque. Porém, ele evapora mais rápido, então não rende como a gasolina”, detalha.

Líder do grupo Movimento dos Motoristas de Aplicativo no DF, Scooby diz não ver ações das plataformas para auxiliar os profissionais neste momento de crise.

“Os nossos lucros diminuem porque a tarifa não tem nenhum reajuste. Tudo teve aumento no mercado: gasolina, manutenção de carro, troca de óleo. E as tarifas não”, reclama.

Ainda de acordo com ele, há empresas de aplicativo que oferecem descontos em determinados postos de combustível do DF. Contudo, as promoções seriam muito baixas. “Não tem nada de vantagem no fim das contas”, considera.

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