Crítica: filmes sobre Suzane von Richthofen têm Carla Diaz inspirada e ritmo de série

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O Menino que Matou os Pais e A Menina que Matou Meus Pais, os dois filmes que contam a história de Suzane von Richthofen, certamente, eram os mais aguardados lançamentos do cinema nacional – adiados por conta da pandemia de Covid-19. A espera acaba nesta sexta-feira (24/9), quando as duas produções chegam ao Amazon Prime Video. O Metrópoles já viu os dois longas, que constroem duas narrativas sobre como Suzane e Daniel Cravinhos (além de Cristian) decidiram matar Manfred e Marísia von Richthofen.


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O uso de narrativa, palavra tão em voga atualmente, é inevitável. Maurício Eça, com roteiro de Ilana Casoy e Raphael Montes (Bom Dia, Verônica), dramatiza os depoimentos de Suzane e Daniel no julgamento do caso. Assim, os dois filmes se comportam como uma série, de 2 horas e 40 minutos, quase impossível de não maratonar.

Em o Menino que Matou os Pais, Daniel Cravinhos aparece como um namorado amoroso, bom filho que, movido pelo amor, decide defender a honra da amada, que alegava sofrer abusos e agressões do pai – fato negado por Suzane (o que pouco importa, afinal, o filme é ficção).

Já a narrativa de Suzane mostra Daniel como um aproveitador, um rapaz interessado no dinheiro da família von Richthofen, que levou a jovem promissora para o mundo do crime.

Algo que pode ser resumido como: para Suzane, Daniel é um assassino interesseiro. Para Daniel, Suzanne sofria e o manipulou. Porém, falta uma conclusão, um olhar que junte as duas peças, serviço que ficou inteiramente deixado ao público. Mesmo que tenha lá algum mérito, fica uma sensação de superficialidade em um tema com tamanha complexidade.

Apesar de interessante, a escolha enfraquece as obras, com uma desmentindo a outra. Se fosse uma série, por exemplo, um terceiro capítulo com a visão do júri, que afinal condenou o trio, poderia arrematar.

Pontos fortes

Se essa opção de apenas narrar visualmente os depoimentos de Suzane e Daniel decepciona um pouco, é inegável que A Menina que Matou os Pais e O Menino que Matou os Pais têm pontos muito positivos. O primeiro deles é a atuação de Carla Diaz – e aqui, caro público, vale deixar de lado qualquer ranço gerado no BBB21.

A atriz entrega uma atuação intensa, tanto nas cenas de sexo quanto nas sequências de julgamento, onde é possível enxergar uma pessoa dissimulada tentanto entregar um depoimento crível. Aliás, as falas do julgamento são onde o roteiro busca dar uma versão do que pensa do caso: nem um nem outro envolvido consegue convencer. Um não é bom moço, outra não é inocente.

Além disso, a narrativa rápida, as (por vezes desnecessárias) cenas sensuais e, é claro, a filmografia que parece um seriado tornam os dois filmes fortes candidatos a sucessos no streaming.

Avaliação: Bom

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