Assim como os artefatos, as roupas ajudam a contar a história de uma cultura. Um dos itens de moda mais atrelados ao Japão são os quimonos, que se destacam há gerações pela singularidade e beleza. A Suika é uma marca que conecta tradição e funcionalidade, produzindo peças com influência asiática para serem usadas no dia a dia. No Moda Brasília desta terça-feira (15/2), a coluna conversou com a sociofundadora da etiqueta, Karen Kojo.
Vem ver!
História da peça
Calça jeans, camiseta e blazer: para muitas pessoas, essa seria a definição de peças para todas as ocasiões. Com o passar do tempo, as roupas ditas como “básicas” vão se modificando. Até meados do século 20, os ternos eram os trajes oficiais do universo masculino, enquanto os vestidos e saias eram as principais peças usadas pelas mulheres.
Voltando ainda mais na história do vestuário, especificamente no contexto asiático, uma peça era considerada o “arroz com feijão” do público feminino na segunda metade do século 16: o quimono. Em japonês, a palavra significa, literalmente, “coisa de vestir”. Pela versatilidade, o item era usado cotidianamente.
Por conta das diferenças entre os países, a roupa não é tão comum em solo brasileiro. No entanto, alguns descendentes de japoneses trouxeram elementos da cultura para criações de moda. Foi o que aconteceu com Karen Kojo, fundadora da marca Suika, especializada em quimonos.
“Em 2013, eu e minha antiga sócia nos juntamos e desenvolvemos nossos primeiros produtos. Queríamos algo diferente, prático, e que tivesse a ver com a gente e com a cultura de nossa família. Assim surgiu a Suika. As nossas peças misturam inspirações da cultura japonesa e brasileira”, explica a idealizadora.
A etiqueta aposta em itens que elevam as produções. No portfólio, os clientes encontram desde quimonos a vestidos em tons sóbrios, estampados e com detalhes nas mangas. As opções estão disponíveis tanto para adultos quanto para crianças.
Simbolismos repaginados
“Tudo nosso tem algo inspirado no Japão”, reflete Karen Kojo. Seja nas modelagens, seja nas estampas, a empresária à frente da Suika traz elementos da cultura nipônica de maneira repaginada. Com foco na versatilidade, os itens são feitos para combinar com diferentes peças do guarda-roupa — sem ficar datadas às comemorações.
No entanto, quando o assunto são simbolismos de outras localidades, paira a preocupação sobre uma tema cada vez mais recorrente: a apropriação cultural. Para a idealizadora da etiqueta, os clientes não precisam ter tanto receio na hora de adquirir um quimono, por exemplo. Segundo ela, a problemática acontece somente quando o uso é intencionado na caracterização.
“O mundo está cada vez mais conectado e as pessoas têm mais acesso à informação. De uma forma ou de outra, tudo chega mais longe. No meu ponto de vista, vestir algo que representa outra cultura demonstra admiração. O quimono disseminou-se no mundo, sendo utilizado na prática de diversas artes marciais, está presente em eventos, dentro de casa, e no dia a dia. Em outras palavras, acredito que é uma peça multiuso”, reforça Karen Kojo.
Para além da usabilidade no cotidiano, a marca também produz sob medida. As encomendas visam atender tanto os pais que desejam combinar os looks com os filhos como também pessoas que buscam uma peça para uma ocasião especial.
Moda Brasília
A coluna Ilca Maria Estevão deu início à série Moda Brasília em 2021. Toda semana, apresentamos marcas, designers e etiquetas locais, a fim de dar ênfase à moda criada no Distrito Federal e no Centro-Oeste.
O objetivo é apresentar iniciativas e empresas que atuam em prol da cadeia produtiva regional de maneira criativa, sustentável e inovadora. Os nomes são selecionados de forma independente pela equipe da coluna, a partir de critérios como diferencial de mercado, pioneirismo e ações que valorizem a comunidade.
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Colaborou Marcella Freitas
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