MC Hariel lançou, recentemente, o seu mais novo DVD, intitulado como Mundão Girou. Ao Metrópoles, o cantor contou sobre o início de sua carreira, novas produções e ainda fez um desabafo sobre como ele e o funk são tidos como más influências por diversas pessoas de nossa sociedade.
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Vindo de uma família que sempre foi ligada à música, em que o pai “fazia um som” e a mãe cantava em coral, MC Hariel virou artista de uma maneira bem natural. “Desde pequeno, eu sempre fui muito de cantar, fazia palhaçada cantando, mudava a rima das músicas. Eu pegava a melodia de uma música do Tim Maia e fazia um sátira tirando onda. Eu sempre tive muito contato com a música. Já desde cedo, a música sempre foi uma alternativa forte”, começou contando.
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Entretanto, ele decidiu virar cantor após se ver sem rumo na vida. “Eu decidi seguir a carreira com os dois pés firmes depois da morte do meu pai. Eu tinha uns 11, 12 anos e fiquei meio desnorteado. A música foi o que encheu a minha cabeça em uma época que eu estava de cabeça vazia, triste e o funk foi me entusiasmando. Naturalmente, as coisas foram rolando e, quando eu vi, já estava quase tudo se profissionalizando, já estava para entrar na GR6, foi tudo muito natural. Nessa época, eu estava muito na correira, porém empolgado e feliz com tudo isso. Eu estava sem perspectiva nenhuma e o funk foi me empolgando, me dando um caminho, um rumo mesmo”, rememora Hariel.
Consciência
MC Hariel começou firme com o funk, mas foi mudando o seu estilo. Hoje, a sua letra é mais voltada para o consciente. “A minha inspiração é o dia a dia, da vida mesmo. Eu gosto de escrever o que é a vida mesmo. Por mais que seja um funk, são coisas que acontecem. Não gosto de ficar inventando muito, gosto de falar sobre a vida. O que eu vejo ao meu redor, eu uso de inspiração”, explicou.
Quando o assunto é a importância desse tipo de música, o funkeiro é muito contundente. “É aproximar a informação de quem tem isso negado, de incentivar a pensar o mínimo. Não precisa ser uma grande reflexão, o pessoal é acostumado a deixar de pensar, não é para pensar, é para copiar o que está na lousa. Se o nosso povo escutar e tirar uma reflexão de vida, daora, se o nosso povo também escutar aquilo e ver uma palavra que não conhece, for ao dicionário ou ao Google para pesquisar, também é objetivo concluído”, informou o Haridade, como é conhecido.
A gente só precisa trazer informação para perto dessas pessoas utilizando o funk, que é uma coisa que todo mundo gosta muito de ouvir e o funk consciente, para mim, serve para relatar o cotidiano, falar coisas que acontecem no dia a dia e trazer informação para perto
Hariel
DVD
O DVD Mundão Girou foi dividido em duas partes. A primeira, contou com canções inéditas, enquanto o complemento já foi focado em regravar hits que fizeram sucesso há um tempo. As duas ideias foram muito bem abraçadas pelo público.
“Eu fiz isso pensando em relembrar as músicas. Eu só não imaginava que ia ficar em alta de novo, porque aquelas músicas foram as que fizeram sucesso e três, de dez, entraram em alta. Eu fiquei feliz demais com isso. Foi o encerramento de um ciclo de d10 anos para começar outra década com disposição para fazer música mais daora ainda do que foram esses dez anos passados”, avaliou o artista.
Já com muito sucesso, MC Hariel ainda tem sonhos a realizar no funk. “Eu sempre sonhei em ser livre para falar o que eu quiser nas minhas músicas e sempre ser interpretado da mesma maneira. Se eu quiser falar de um mina, se eu quiser falar de uma festa, de uma putaria, de qualquer coisa, ser sempre interpretado da mesma maneira que a Rita Lee é quando ela fala essas paradas. Sempre soa artístico quando uma artista grande da música, de outros ritmos, faz uma conotação. Sempre é tido como um bagulho musical, arte, até genial às vezes”, desabafou o funkeiro.
“O meu sonho é poder falar de consciente, de superação, do que eu quiser falar e sempre ser entendido da mesma maneira, musicalmente, artisticamente e nunca ‘ah, porque esse moleque está fazendo isso’. Muita responsabilidade que não é nossa, muitas pessoas da sociedade colocam em cima da gente, como se a gente tivesse que ser o exemplo para o filho de alguém. Não, sai daí, Tio, o seu filho não vai aprender nada como o MC Hariel não, se você não conseguir ensinar ele dentro de casa. Nem o bom e nem ruim. Então, capricha você na educação do seu filho, não vem querer ficar colocando a culpa nos outros não, que a gente não é má influência para as crianças não”, continuou Haridade.
Para o cantor, há uma responsabilidade exacerbada para cima dos funkeiros. “Muito peso é colocado em cima dos MCs, como se nós fossemos a maior influência que o Brasil tem e não é assim também não, a gente está aqui só para fazer o nosso trabalho, cantar nosso funk, mudar a nossa vida e a das pessoas ao nosso redor. Tem gente que faz coisa muito pior, mas passa batido e muita gente fala que o funk vem disseminar coisa ruim na sociedade, na cabeça das crianças”, completou Hariel.
O objetivo do MC vai muito além de cantar o funk consciente. “É conseguir incentivar as pessoas a ir atrás dos seus sonhos. De todos os ângulos, a gente é colocado para baixo e as pessoas sempre ficam limitando. Então, é isso, cortar esse limite, descobrir qual o nosso limite, mas descobrir por nós mesmo, não vamos ficar escutando da boca dos outros qual o nosso limite”, pontuou.
Para 2022, MC Hariel tem os planos muito bem traçados. “A primeira coisa é esperar o meu filho nascer, talvez tenha uma turnê na Europa para rolar, tem o Rock In Rio e a turnê do Mundão Girou, que é o que a gente vai focar. De lançamento, estou de volta com intensidade aos estúdios. O DJ já está alojado aqui na minha casa, no meu estúdio, fazendo música. Já fizemos duas de ontem para hoje e logo menos teremos novidade”, avisou ele.
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O post MC Hariel critica pressão sobre o funk: “Não disseminamos coisa ruim” apareceu primeiro em Metrópoles.