Positividade tóxica, padrões de beleza inalcançáveis, linchamento virtual e segue a lista… depois de tanto tempo rolando o feed do Instagram e de outras redes sociais já deu pra perceber que nem tudo que está nos Stories é como parece, sobretudo quando estamos falando de influenciadores digitais. Essa dicotomia entre o que é mostrado na internet e a realidade serviu de inspiração para As Seguidoras, primeira série de ficção nacional da Paramount Plus, que estreia neste domingo (6/3) na plataforma de streaming.
Escrita por Manuela Cantuária com produção do Porta dos Fundos, As Seguidoras leva esse contexto ao extremo com pitadas de suspense e bom humor. Na história, Maria Bopp vive Liv, uma influenciadora digital tão obcecada por seguidores que chega às últimas consequências, se transformando em uma serial killer acima de qualquer suspeita. O que ela não sabe é que está sendo seguida pela podcaster de true crime Antonia (Gabz) – o que pode colocar tudo a perder.
Criadora e intérprete da personagem Blogueirinha do Fim do Mundo nas redes sociais, Maria costuma ironizar justamente esse tipo de persona em suas esquetes. Ainda assim, considera que Liv foi um desafio importante em sua carreira. “Dessa vez, eu precisava fazer a blogueira sem criticá-la. Eu precisava acreditar na Liv, no que ela fazia, senão perdia o sentido. O personagem tinha que ser de verdade. Foi um estudo sob outra ótica”, disse a atriz, em c0letiva de imprensa, na qual o Metrópoles esteve presente.
Para Maria, o enredo distópico proposto por Cantuária é muito próximo do que estamos vivendo enquanto sociedade. “Existe um ponto chave em comum entre a Liv blogueira e a Liv serial killer que é: o anonimato é um pesadelo e a gente vê muito isso hoje”, disse, ao mencionar o caso recente de uma tiktoker que ficou famosa na web ao fazer uma dancinha ao lado do leito de morte da mãe.
“A cada semana a gente tem exemplos disso, de pessoas levando até as ultimas consequências, incluindo fazer apologia a nazismo, ser racista… tudo pra fazer parte da mídia, estar nas manchetes”, analisa a atriz.
Qualquer semelhança é mera coincidência
Maria foi uma das famosas a se manifestarem essa semana sobre o polêmico vídeo do estupro alimentar, publicado por Maíra Cardi nas redes sociais. Pelo Twitter, a atriz disse que considerava o conteúdo da coach nocivo às mulheres. “Olha, são muitas influenciadoras problemáticas, mas essa coach do ‘estupro alimentar’ é a pessoa com conteúdo mais nocivo pra mulheres na internet. A pior. Mais de 7 milhões de seguidores e engajamento bombando com o marido no BBB. Que terror”, escreveu.
Ainda que Liv tenha muitos pontos em comum com influencers famosas, tanto Maria quanto Manuela Cantuária negam ter se inspirado em uma pessoa específica para construir a personagem principal. “A gente se inspirou em algumas megas influenciadoras, mas a gente ficou na rotina, essa coisa de você acordar, fotografar seu café da manhã, filmar tudo…”, explica Manuela. “A gente também bebeu muito na fonte de obras e personagens ficcionais como Killing Eve e Barry [2018]”, completa.
Maria, aliás, admite já ter se deparado com questões éticas enquanto pessoa pública e influenciadora. “Eu também caio em algumas armadilhas das redes. Quando eu estava com 900 mil seguidores, por exemplo, eu queria chegar a um milhão. A internet é feita para você se tornar refém dela”, pondera.
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Elenco
Com seis episódios, disponibilizados todos de uma vez, As Seguidoras trará grande ênfase a pontos como a cultura do cancelamento e a positividade tóxica. “É mais fácil matar, esquartejar, transportar, embalsamar, ocultar um cadáver do que passar pelo tribunal da internet”, diz Liv em um dos trechos do primeiro episódio, ao qual o Metrópoles já teve acesso.
Além da personagem de Maria Bopp, a série destaca as atuações de Gabz como Antonia e de Raissa Chaddad, como Ananda, uma influenciadora digital com quatro vezes mais seguidores do que a protagonosta. Ela e Liv são rivais, mas vendem para seus fãs uma amizade que não existe.
O elenco fica completo com Victor Lamoglia, Domenica Dias, Nataly Neri, Tati Tiburcio, Tatsu Carvalho, Giselle Batista, Maria Gal, Gabriel Godoy e Stella Miranda. A direção é de Mariana Youssef e Mariana Bastos ea produção executiva de João Vicente de Castro.
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