Sonho realizado: militares abandonam carreira para abrir salão de unha

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A história de dois ex-militares que trocaram as Forças Armadas para se dedicar à decoração de unhas, a famosa nail art, surpreendeu a internet, nos últimos dias. As carreiras de Michael de Souza, de 26 anos, e Raphael Lemos, de 29, mudaram de forma inesperada em 2020. Desde então, o resultado tem sido de sucesso.

Hoje, os dois trabalham em salões que criaram ao lado de suas esposas e compartilham suas artes nas redes sociais.

Michael de Souza, morador da comunidade Parque Royal, no Rio de Janeiro (RJ), relembra que a pandemia foi o grande propulsor da mudança. Ele conta que trabalhava no quartel, mas, durante o surto da Covid-19, ficava mais tempo em casa, onde sua esposa mantinha um salão, do que no trabalho.

“Nesse tempo que eu passava em casa, ajudava minha esposa no salão, servindo café, passando pano, agendando as clientes. Minha esposa brincava que eu ia fazer a unha dela, e, brincando, tentou me ensinar. ‘Passa o dia todo comigo aqui, já deve ter aprendido’, ela dizia”, relata Souza.


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A brincadeira logo virou realidade. Suas primeiras tentativas em decorar unhas não tiveram sucesso, mas a esposa, Gessica Coelho, de 31 anos, insistiu. “Ela foi me ensinando, ensinando, ensinando. Ela enviava nos grupos de WhatsApp dela: ‘Preciso de uma modelo para treinar com o meu esposo’. A modelo ficava 3h, 4h comigo. Chegou uma hora que peguei o jeito.”

Foi aí que Michael e Gessica resolveram investir e comprar um material novo para que ele pudesse atender no salão. “Chegou uma hora que a nossa demanda de clientes estava grande, resolvemos expandir. Alugamos uma casa fora da comunidade, na Ilha do Governador”, ele conta.

As metas para o futuro são em crescer cada vez mais e poder proporcionar um futuro melhor para a filha do casal, Ester, de 4 anos.

Da Aeronáutica para os salões

Outro caso é de Raphael Lemos, morador de Nísia Floresta (RN). Ele entrou na Aeronáutica em 2012, ao completar 18 anos. Ao fim do período, teve a oportunidade de ficar mais três anos como soldado, e, depois, foi promovido a soldado de primeira classe por mais dois anos. Por fim, foi promovido a cabo, cargo que ocupou por oito anos.

“Assim que fui promovido a cabo, lesionei o meu joelho. Eu precisava fazer uma cirurgia, mas não consegui pelas Forças Armas. Saí machucado. Tive que entrar com uma ação na Justiça para eles fazerem a cirurgia”, diz Lemos.

Por ter uma ação tramitando, o decorador de unhas diz que teve dificuldade de conseguir emprego fora do militarismo, e começou a trabalhar como ajudante de pedreiro com seu tio.

“Mesmo cansado, quando eu chegava do trabalho, eu ajudava um pouco a minha esposa. Ficava praticando com ela, pegava modelos”, relembra. Na época, sua esposa, Nadja Carvalho, de 26 anos, já trabalhava na área e aperfeiçoava suas habilidades.

“Quando eu vi que estava conseguindo fazer um trabalho bom, decidimos investir. No início, foi bem difícil, porque onde eu moro é interior, então ninguém nunca tinha ouvido falar de homem fazendo unha. Foi um pouco difícil conquistar as clientes para elas terem confiança no meu trabalho.”

Lemos aponta que decidiu se dedicar à arte quando viu o que sua esposa havia conquistado e percebeu que também poderia ter o mesmo sucesso.

“Nunca imaginei que trabalharia nessa área, mas acreditei que pudéssemos mudar de vida se trabalhássemos juntos e conquistar muitos sonhos que temos pela frente”, finaliza.

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