Cresceu nos últimos dias entre caciques e lideranças do MDB, do PSDB e do União Brasil a aposta de que fracassará a tentativa de lançar uma chapa única da chamada “terceira via” à Presidência da República nas eleições deste ano.
Em conversas reservadas, João Doria (PSDB) e Luciano Bivar (União Brasil), dois dos três pré-candidatos do grupo, têm demonstrado resistência em abrir mão de suas candidaturas, caso não sejam o nome de consenso escolhido.
Nesse cenário, o temor é de que um dos três partidos se desgarre dos outros dois e decida lançar uma candidatura própria independente. Nos últimos dias, o União Brasil passou a dar sinalizações de que pode tomar essa decisão.
Segundo apurou a coluna, Bivar disse a lideranças tucanas e emedebistas haver uma pressão grande de setores do União Brasil por uma candidatura própria da sigla. Essa pressão viria principalmente da ala da legenda oriunda do DEM.
A avaliação desse setor do União é de que uma candidatura própria evita candidatos a governador da sigla de terem de se posicionar na polarização entre Lula e Jair Bolsonaro, além de reforçar o número do partido na cabeça do eleitorado.
Nesse caso, a aposta é de que o União pode lançar uma chapa pura ao Planalto. O argumento é de que a legenda tem condições de bancar sozinha uma candidatura independente, pois tem as maiores farias do fundo eleitoral e do tempo de TV.
Como já noticiou a coluna, uma ala do União Brasil defende que o ex-juiz Sergio Moro , que é filiado ao partido, seja o candidato a vice de Bivar. O nome do ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro, porém, enfrenta resistência da ala oriunda do DEM.
Doria, por sua vez, também disse a caciques do MDB e do União Brasil que pretende sua candidatura até o fim. O tucano diz estar disposto até mesmo a acionar a Justiça para garantir que as prévias do PSDB, vencidas por ele, sejam respeitadas.
Reunião sem avanço
Nessa terça-feira (26/4), os presidentes das três siglas se reuniram em Brasília para tentar discutir critérios para a escolha do nome de consenso. O encontro, porém, acabou sem grandes avanços. Uma nova conversa foi combinada para próxima semana.
A reunião aconteceu após Simone Tebet, presidenciável do MDB, e Bivar se recusarem a participar de um jantar na casa de Doria, na segunda-feira (25/4), para tratar do tema. Como mostrou a coluna, a recusa visou passar um recado ao tucano.
No encontro de terça, a única conclusão de MDB, PSDB e União foi a de que não há como adiar o prazo para anunciar um possível nome único, prometido para 18 de maio. Se até lá não houver consenso, dizem, aliança estará implodida de vez.
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