A vida de luxo bancada pelo tráfico de drogas não costuma ser suficiente para os chefões e integrantes de organizações criminosas acostumadas a faturar milhões com a negociação de cocaína e maconha. Quase sem exceção, traficantes alvos de grandes investigações conduzidas pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) driblaram órgãos federais de controle e receberam auxílio emergencial durante meses.
A coluna fez uma pesquisa e identificou alguns casos, como a apuração conduzida pela Coordenação de Repressão às Drogas (Cord) sobre uma organização criminosa especializada em tráfico interestadual de drogas que usou o os recursos obtidos com o auxílio emergencial para montar um laboratório de skunk, uma versão mais potencializada de maconha. O local onde o entorpecente era cultivado, na Ponte Alta do Gama, foi alvo da Operação Sborone, deflagrada em abril deste ano.
Apesar de terem usado o dinheiro do auxílio emergencial criado para beneficiar famílias de baixa renda durante a pandemia, os traficantes tinham uma casa, um apartamento e uma chácara, localizados em Goiânia, Águas Claras e Brazlândia. Os criminosos também eram donos de veículos de luxo. O grupo, de acordo com a polícia, era formado pelos seguintes integrantes: Diego de Freitas Noronha, Josley Fernando de Freitas, Dhiego Cardoso Magela, Gabriella Cardoso Magela e Kênyson de Sá Alves.
Marcola tentou
Entre os milhares de requerimentos enviados para tentar receber o auxílio emergencial do governo federal, um chamou a atenção das autoridades. O pedido havia sido feito em nome do líder do Primeiro Comando da Capital (PCC), Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola.
Em 25 de junho do ano passado, o nome de Marcola constava como sob análise no site da Caixa Econômica Federal. Após a Dataprev ser acionada pela reportagem, o requerimento foi retido, por estar sob suspeita. Na época, A Dataprev disse que o CPF em questão “já estava na blacklist do seu banco de dados, assim como outros informados pelo Departamento Penitenciário Federal”.
Veja casa dos traficantes que recebiam auxílio emergencial:
“Auxílio tráfico”
Mesmo donos de imóveis e carros importados e movimentando milhões por mês com o tráfico de cocaína, os criminosos conhecidos como Irmãos do Pó e Rei da Telebrasília receberam auxílio emergencial entre os anos de 2020 e 2021. O trio foi alvo da Operação Sistema, desencadeada nesta semana, pela Cord.
A coluna levantou que Stefânio do Vale, o Rei da Telebrasília, recebeu um total de R$ 3 mil, em cinco parcelas de R$ 600, em 2020. Os Irmãos do Pó — Gilberto Cardoso e Gilmar Lopes — embolsaram R$ 2,4 mil e R$ 5,2 mil, respectivamente, entre 2020 e 2021.
Os traficantes pertenciam a uma organização estruturada que financiava, transportava, armazenava e distribuía centenas de quilos de cocaína. Ao longo de três anos, investigadores mapearam a ação da quadrilha responsável por abastecer grandes traficantes da Região Centro-Oeste.
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O post Virou moda: conheça os traficantes que receberam auxílio emergencial apareceu primeiro em Metrópoles.