Estudo explica tendência que levou Anitta ao topo do Spotify Global

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Há cerca de 10 anos, quando Anitta estourou com Show das Poderosas, muita gente duvidava que a artista pudesse alçar sua carreira ao status atual. O ceticismo era, em parte, justificável: ao longo da história, poucos brasileiros conseguiram emplacar no mercado internacional da música o que vem mudando graças à globalização imposta pelo streaming.

Em março, Envolver, single em espanhol de Anitta, atingiu a primeira posição da parada global do Spotify. Com o feito, a funkeira se tornou a artista latina a chegar mais longe na tabela com uma música solo e a única brasileira a alcançar essa posição.

Na semana anterior à conquista, a faixa foi tocada 24,2 milhões de vezes. Enquanto isso, o sucesso no Brasil também só crescia: com cerca de 4,1 milhões de plays em um dia, Envolver se tornou a faixa com maior volume de streaming em 24h, batendo um recorde que já pertencia à Poderosa, com Vai Malandra, tocada mais de 2 milhões de vezes em um dia.

A despeito do talento de Anitta, na música e na gestão da própria carreira, dados sobre o desempenho de artistas latinos no Spotify mostram que a cantora brasileira pode ter se beneficiado de uma tendência: o interesse inédito de ouvintes da plataforma por músicas e artistas fora do eixo América do Norte e Europa.

Dados do estudo global do Spotify publicados em abril deste ano mostram que só nos últimos 5 anos, o número de faixas dos demais continentes no Spotify mais que dobrou.  As melhores músicas da semana das regiões Ásia-Pacífico, América Latina, Oriente Médio e África aumentaram de 9.5% em 2017 para 20,9% em 2021.

Os números foram levantados com base na região de origem das faixas que alcançaram o Top 200 na parada global de melhores músicas da semana do Spotify em qualquer momento de cada ano.

Outra informação interessante do estudo aponta que trabalhar com um artista de outro país – estratégia bastante utilizada por Anitta – pode ampliar significativamente o alcance internacional. De acordo com o serviço de streaming, quase 84% dos streams de colaborações internacionais vêm de fora do país do artista principal. Isso se compara a menos de 60% para faixas de um único artista.


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Outros artistas latinos em alta

Dona da performance mais expressiva do Spotify, Anitta não foi a única brasileira a fazer bonito na plataforma este ano. Em janeiro, o Top 50 Global da plataforma contava com 9 faixas brasileiras. O rapper Xamã, de 32 anos, foi um dos destaques. Ex-camelô, o artista se tornou o cantor mais ouvido do Brasil na plataforma com Malvadão 3, além de figurar no ranking global do streaming, se posicionando entre os artistas mais ouvidos do mundo.

J Balvin também já experimentou o gostinho de chegar ao topo dos charts musicais. Mi Gente, lançada por ele em 2017, foi a primeira música latina completamente em espanhol a chegar ao 1º lugar do Top 50 Global do Spotify.

Outro representante latino que fez história no Spotify foi Maluma. Em 2017, ele levou Negou do Borel para as primeiras posições dos charts globais com a faixa Corazón. Três anos depois, em 2020, o colombiano chegou a vice-liderança da parada global. Desde então, é uma constante por lá.

Atualmente, a artista latina melhor posicionada no Top 50 Global é Camila Cabelo. Nessa segunda-feira (16/5), a cubana ocupava a 18ª posição com Bam Bam, feat. com o cantor norte-americano Ed Sheeran.


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