Rio de Janeiro — As empresas de ônibus da capital do Rio entraram em acordo com a Prefeitura e o Ministério Público se comprometendo a deslocar mais ônibus para as ruas da cidade. As operadoras receberão um valor adicional de R$ 1,78 pelo serviço efetivamente prestado, com base no quilômetro rodado.
A principal ideia do combinado consistiu no retorno de ônibus considerados inoperantes em algumas linhas. As medidas entraram em vigor em 1º/6 e, até agora, segundo a administração municipal, 17 linhas ganharam reforços de veículos. Entretanto, as melhorias ainda não foram percebidas por muitos cariocas.
João Victor Gonzalez, de 23 anos, é morador do bairro de Santa Teresa e trabalha no Centro da cidade. Para percorrer o percurso diariamente, ele utiliza as linhas 014 e 201, que tiveram apoio anunciado pela Prefeitura no início do mês. No entanto, o analista de suporte técnico afirma que as melhorias prometidas ainda não se concretizaram.
“Ao longo da semana, percebi que o que foi divulgado não se cumpriu. Nesse período a 014 (Castelo x Paula Matos) e a 201 (Santa Alexandrina x Castelo) até tiveram um aumento de frota, mas os intervalos continuam sendo de 30 minutos, no mínimo”, disse ao Metrópoles.
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“Na parte da manhã, funciona bem, mas a volta pra casa é bem ruim. À noite, muitas vezes os carros se ausentam e o retorno do trabalho se torna algo constrangedor e incômodo”, completa João.
Problemas parecidos também acontecem na Zona Sul. Layane Muniz, 22, enfrenta problemas para ir e voltar de sua faculdade. Ela é estudante do curso de Nutrição da Unirio e estuda no bairro da Urca.
“Uso diariamente ônibus para me locomover do meu bairro, Flamengo, até a universidade. No entanto, depois da pandemia, o acesso até a faculdade se tornou demorado, porque as linhas de ônibus que eu eu usava para ir até lá reduziram muito suas frotas”, conta.
Entre as linhas que poderiam cobrir o trajeto da jovem, aparece a 104 (Rodoviária x São Conrado), que, de acordo com a prefeitura, voltou reforçada às ruas. Layane, entretanto, reclama do horário de encerramento das operações e diz que precisa sair mais cedo das aulas para chegar em casa em segurança.
O que diz a Secretaria Municipal de Transportes
Ao Metrópoles, a SMTR informou que a aferição da prestação do serviço não é mais por quantidade de frota, mas por número de viagens efetivamente realizadas e quilometragem cumprida de acordo com a rede definida pela SMTR.
Ainda de acordo com a pasta, as linhas que não cumprirem a quilometragem mínima exigida (80% do total) não receberão o pagamento de subsídio, conforme disposto em cláusula do acordo judicial.
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