Fotos: Porsche apreendido com sargento agiota vira viatura da PCDF

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O esquema milionário de agiotagem, extorsão e lavagem de dinheiro, capitaneado pelo sargento da Polícia Militar do DF (PMDF) Ronie Peter Fernandes da Silva e o irmão dele, o empresário Thiago Fernandes da Silva, proporcionou muito luxo aos criminosos. Entre os mimos, carros superesportivos. Após a Operação Malibu, a Polícia Civil do DF (PCDF) solicitou a caracterização provisória dos veículos para exibição em ações pedagógicas de repressão ao crime organizado.

Durante as investigações, a pedido da Divisão de Repressão a Roubos e Furtos (DRF), da Coordenação de Repressão a Crimes Patrimoniais (Corpatri), a Vara Criminal de Águas Claras determinou o sequestro de dois veículos da marca Porsche, modelos 911 Carrera, anos 2020 e 2021, avaliados em R$ 2 milhões.

Após o sequestro dos bens, a Polícia Civil  solicitou a caracterização provisória dos veículos. O superesportivo também vai ser exposto em feiras e ações pontuais, e não será usado em ações policiais rotineiras, reduzindo drasticamente os custos com manutenção.

Veja fotos do Porsche:


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Finalidade pedagógica

Na decisão, o juiz Paulo Afonso Correia Lima Siqueira consignou que a medida, além da finalidade pedagógica e publicitária, visa a preservação do bem, considerando o valor do veículo. O modelo 911 Carrera tem 385 cv e faz de 0 a 100 km/h em 4,2 segundos.

Segundo o diretor da DRF e responsável pelas investigações, delegado Fernando Cocito, o uso pedagógico de veículos especiais aproxima a polícia da população e mostra que a corporação está atenta aos delitos de lavagem e à importância de se buscar inviabilizar financeiramente os grupos criminosos. “O carro será, exclusivamente, usado em exposições para reiterar a ação da polícia contra os crimes de lavagem de dinheiro”, disse.

Vida de luxo

A vida que o sargento Ronie Peter Fernandes levava antes de ser preso é digna de telas de cinema. Suspeito de liderar uma quadrilha de agiotas, conforme revelou o Metrópoles, o PM morava em mansões, tinha coleção de carros de luxo e, constantemente, fazia viagens a praias paradisíacas.

Toda a rotina de ostentação era compartilhada nas redes sociais. Apesar de o contracheque do PM indicar vencimentos de R$ 8 mil, o sargento acumulou mais de R$ 8 milhões em contas bancárias com a prática criminosa.

A operação

Durante a ação para desarticular a organização criminosa, investigadores da DRF cumpriram mandados de busca e apreensão em duas mansões de propriedade da família do policial. Segundo as apurações, o militar agia em conjunto com o irmão, Thiago Fernandes, que também virou réu. Os imóveis ficam em Vicente Pires, onde ocorreram as prisões.

Em um vídeo publicado por Ronie no Instagram, é possível ver uma das casas, que conta com piscina, área de lazer, churrasqueira, ambientes climatizados e uma garagem repleta de carros importados.

Veja a casa do sargento:

S.O.S. Malibu

O esquema milionário de agiotagem, extorsão e lavagem de dinheiro foi desmantelado em operação deflagrada pela PCDF, que cumpriu 15 mandados de busca e 7 de prisão em Vicente Pires, Taguatinga e São Paulo. A operação foi batizada em menção ao nome da concessionária de veículos dos irmãos.

Confira imagens da operação:


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Quem não pagava as prestações em dia se tornava alvo de violentas ameaças. Durante as cobranças, além de coagir as vítimas, o grupo tomava veículos e exigia a transferência de imóveis dos endividados. A apuração ainda demonstrou que os valores da agiotagem eram ocultados por meio da compra de veículos de luxo registrados em nome de terceiros, além da utilização de empresas de fachada.

Lavagem de dinheiro

De acordo com as investigações da DRF, nos últimos dois anos, a organização criminosa comprou oito veículos da marca Porsche, de valor unitário próximo a R$ 1 milhão, e, nos últimos seis meses, movimentou mais de R$ 8 milhões, distribuídos em sete contas bancárias.

Três veículos Porsche e um veículo BMW X4 foram apreendidos durante a operação. Os carros estão avaliados em R$ 3 milhões. Também foram bloqueadas as sete contas bancárias, de pessoas físicas e jurídicas, com o sequestro dos R$ 8 milhões faturados com o esquema.

A engrenagem criminosa era altamente lucrativa e demandava saques em espécie de quantias milionárias. Em ação controlada comunicada à Justiça, equipes de policiais da DRF acompanharam dois saques milionários ocorridos em agências bancárias do DF totalizando de R$ 800 mil e R$ 530 mil.

Organização estruturada

As apurações conduzidas pela PCDF apontaram como funcionava a estrutura da organização criminosa. O esquema era hierarquizado e havia divisão de tarefas. Na cadeia de comando havia os irmãos Ronie e Tiago, que emprestavam os valores e cobravam os endividados, mediante grave ameaça. O sargento da PMDF ainda era responsável pela aquisição dos veículos de alto luxo.

Também foram presos na operação cinco operadores financeiros do grupo, responsáveis pela dissimulação, isto é, pela sequência de transações e saques em contas de empresas de fachada, que visavam conferir aparência lícita aos valores faturados com a agiotagem. Três deles também eram responsáveis pela ocultação do dinheiro, pois cediam os nomes para o registro dos veículos de alto luxo, cujo verdadeiro dono era o sargento Ronie.

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