Duas semanas após o Ministério da Saúde prorrogar a campanha de vacinação contra a gripe para toda a população, os postos de saúde acumulam 36,4 milhões de doses paradas. Das 79,9 milhões de doses distribuídas pelo governo federal, somente 43,5 milhões foram aplicadas. Isso equivale a 54,4% do total.
Os dados foram analisados pelo Metrópoles, com base em material publicado pelo LocalizaSUS, plataforma de prestação de contas do Ministério da Saúde. A reportagem considerou dados publicados até a última sexta-feira (8/7).

Fábio Vieira/Metrópoles

No primeiro dia de 2022, uma gestante em Israel tornou-se o primeiro caso registrado no mundo de uma rara infecção simultânea de Influenza com Covid-19, denominada flurona. No Brasil, o “novo” fenômeno já foi identificado
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O termo flurona é a junção das palavras “flu” (gripe, em inglês) e “corona” (de coronavírus). A coinfecção é identificada quando o teste para os dois vírus apresenta resultado positivo
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Os pacientes com a dupla infecção, geralmente, apresentam febre, dor no corpo, falta de apetite, tosse, dor nas articulações, nos músculos e na garganta
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Em casos mais graves, pode haver falta de ar e a necessidade de internação
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Contudo, especialistas afirmam que não há evidências de que a coexistência dos vírus pode causar quadros mais graves
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Para se prevenir do flurona, é necessário manter os mesmos cuidados sanitários da Covid-19 e da influenza: usar máscara de proteção facial, evitar ambientes fechados e aglomerações, lavar as mãos sempre que possível e usar álcool 70%
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Além dos cuidados, o método mais seguro para se prevenir de um quadro mais grave de flurona é por meio da vacinação contra os dois vírus: Covid-19 e influenza
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O tratamento para a coinfecção vai depender dos sintomas do paciente
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Assim, o quadro definirá qual tipo de tratamento será necessário
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A gripe influenza apresenta sintomas agudos logo nos primeiros dias da doença, como febre alta, intenso mal-estar e congestão nasal
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Nos casos de Covid-19, a doença começa a evoluir a partir do 7º/8º dia, podendo ou não levar a um quadro de insuficiência respiratória. Perda de olfato e paladar, dores musculares e na cabeça podem ser alguns dos sintomas
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O maior problema do adoecimento por gripe nesse período é que o acúmulo de enfermos pode pressionar os serviços de saúde do país devido os casos de Covid-19, doença causada pelo coronavírus.
Da população alvo – crianças, trabalhadores na saúde, gestantes, puérperas, indígenas, idosos e professores – somente 57,9% recebeu a proteção. O grupo é composto por 54,7 milhões de pessoas.
As gestantes, puérperas (mulheres que deram à luz recentemente) e crianças sequer atingiram a marca de metade do público imunizado.
Veja o percentual de vacinação, subdividido por categoria do público alvo:
- Puérperas – 42,2%
- Povos indígenas – 59,3%
- Gestantes – 41,1%
- Crianças – 48,3%
- Trabalhadores da saúde – 63,5%
- Idosos – 62,7%
- Professores – 52,7%
A campanha, desde o início, vinda em um ritmo lento. O Ministério da Saúde, na tentativa de alavancar os números, prorrogou a campanha até 24 de junho (inicialmente, terminaria em 3 de junho). Com a baixa procura, a pasta liberou a imunização de toda a população.
Dalcy Albuquerque, médico da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (SBMT), classifica o panorama como “lamentável”. “A vacina está disponível, é boa, já bastante utilizada, já conhecemos não se tem efeitos colaterais e a sua efetividade”, ressalta.
Vacina segura
Albuquerque explica que a vacina é segura. “A dose não é de vírus vivo. Ela é formada de partículas virais. É como se pegássemos o vírus, matássemos e partíssemos em várias partes”, acrescenta.
O especialista faz um apelo aos que ainda não se imunizaram. “Repensem essa atitude e procurem as unidades de saúde e se vacinem. É uma pena que as pessoas abram mão desse direito civil e do direito de se prevenir”, conclui.
Versão oficial
O Ministério da Saúde que tem trabalhado em estratégias para reverter as baixas coberturas vacinais, em parceria com estados e municípios, de acordo com nota enviada ao Metrópoles.
“A pasta incentiva a população a se vacinar contra as doenças imunopreveníveis, incluindo influenza, e esclarece o benefício e segurança das vacinas, por meio dos seus canais oficiais de comunicação”, garante.
O Ministério da Saúde reforça que a vacina é a melhor estratégia de prevenção contra a influenza e suas complicações.
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