Quando o filósofo Friedrich Nietzsche disse a frase “Aquilo que não me mata só me fortalece”, pareceu prever que as pessoas a usariam como incentivo para “dar a volta por cima”. Recentemente, a atriz Nanda Costa contou que o abandono do pai a motivou a ser atriz.
Assim como ela, muitos usam experiências negativas pessoais como uma maneira de forçá-los a “fazer tudo dar certo”. Porém, para a saúde mental, esse comportamento pode gerar alguns impactos.
“Quando passamos por uma dor, trauma, separação ou frustração, entramos em um ciclo de entender o porquê nos aconteceu isso ou aquilo. São inúmeras as possibilidades e tendemos a nos apegar naquilo que falhamos ou deixamos de fazer para atender a necessidade do outro, sendo assim, o primeiro mecanismo do sujeito é: preciso alcançar algo ou realizar o que foi a minha falha na relação, seja qual for a relação”, explica a psicóloga Alessandra Araújo, da clinica Via Vitae.
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Às vezes, se sobressair depois de uma decepção amorosa, familiar ou trabalhista parece ser uma forma de sobrevivência. Mesmo fazendo parte da vida, é preciso ter cuidado para que esse ímpeto “resiliência” à toda prova não evolua para quadros patológicos.
A necessidade de mostrar superação ao outro pode ter efeito contrário, e fazer com que você “se perca”.
“Quando eu começo a me alimentar em anular-me para mostrar para o outro que sou tão bom quanto ou melhor que ele, perdendo assim a minha essência, deixo de ser eu, ter o foco em mim, paz na vivência do dia a dia, apenas para poder mostrar para o outro que sou capaz. Vira uma necessidade que adoece o sujeito”, alerta a psicóloga.
Assim como Nanda, Lady Gaga é outro exemplo de mulher que sofreu traumas e decepções no inicio da carreira. Para a alegria dos little monsters, como são conhecidos os fãs da cantora, ela não desanimou quando foi dispensada da gravadora Island Def Jam, meses após assinar o contrato. Depois de um tempo, conseguiu um contrato a Interscope Records, responsável por lançar o seu bem-sucedido álbum de estreia The Fame, em 2008.
Todos os dias ciclos começam e finalizam. A especialista pontua que os “erros” devem ser vistos de maneira mais racional. Com isso, comportamentos “inadequados” para a relação social serão melhorados. “Pois somos compostos de culturas que se misturam, portanto, sim, olhe para dentro, olhe para você em relação ao outro, olhe para o outro, após isso, faça uma análise do que é responsabilidade sua e o que é responsabilidade do outro, para que assim possa alinhar os comportamentos disfuncionais”, finaliza.
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