Mesmo com parlamentares em recesso, o Senado Federal planeja gastar, nos próximos dias, mais de R$ 1,3 milhão em licitações para aquisições de sacos de café, material de academia para uso da Polícia Legislativa e até colchões novos para os imóveis funcionais dos senadores. A previsão é de que os certames ocorram entre o final de julho e o início de agosto.
Deste montante milionário, quase metade é destinado exclusivamente para adquirir “café em pó superior”. Ao todo, a Comissão Permanente de Licitação calcula um gasto na ordem de R$ 627 mil para compra de 30 mil embalagens de 500g ao preço unitário de R$ 20,9.
Em 2020, o Senado pagou R$ 9,88 por cada pacote do produto – um dos mais atingidos pela alta da inflação.
O objetivo com a compra, de acordo com o Senado, é suprir as necessidades das unidades administrativas e legislativas da Casa durante um ano, além de manter os “níveis ideais de estoque deste objeto de uso contínuo e diário nas diversas unidades administrativas”.
O edital requer que a entrega ocorra no máximo 20 dias úteis após a nota de empenho da compra, acompanhada da ordem de fornecimento. As embalagens, por sua vez, devem ter validade de, no mínimo, 18 meses, contados a partir da data de fabricação, devendo o produto ter sido fabricado há, no máximo, 30 dias da entrega do produto ao Senado.
“Melhoria na aptidão”
O segundo maior gasto é voltado para o fornecimento de equipamentos de academia para o Centro de Treinamento da Polícia do Senado (CTPSF).
Segundo a Casa Legislativa, serão mais de R$ 563,5 mil de dinheiro público despendidos para financiamento do “Programa de Ginástica Laboral e demais atividades desenvolvidas pelo Serviço de Saúde Ocupacional e Qualidade de Vida no Trabalho”.
“Espera-se que os policiais legislativos apresentem melhoria na aptidão física e possam desempenhar suas atribuições com maior desenvoltura e eficiência. Almeja-se, ainda, que a administração apresente redução nos
custos e despesas relacionados com doenças ocupacionais e com eventual absenteísmo dos seus colaboradores”, justificam os pregoeiros no edital.
Sono renovado
Outra despesa curiosa prevista nas licitações é destinada a melhorar a qualidade do sono dos senadores. Em um gasto de R$ 157.250, o Senado quer comprar 55 novos colchões para uso dos imóveis funcionais. As residências são usadas pelos senadores e familiares de fora de Brasília que vem à capital federal durante o exercício do mandato e não desejam arcar com diárias em hotéis.
Serão 30 conjuntos de cama box com colchão de molas “solteirão” ao preço unitário de R$ 2,2 mil e outros 25 colchões de molas queen ao custo de R$ 3.650 cada.
O objetivo é garantir aos novos senadores eleitos uma melhoria nas acomodações. “A presente contratação visa atender parlamentares eleitos no próximo pleito eleitoral, ocasião em que o Senado Federal renovará um terço de sua atual composição e, também, substituir equipamentos danificados (inservíveis) nos apartamentos funcionais”, defendem os pregoeiros.
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