Acusado de aplicar golpes vendendo pacotes de viagens fictícios e deixar um rastro de vítimas no Distrito Federal e em outras unidades da federação, o pastor evangélico Douglas Michael de Sant’ana Nazário, 27 anos, tinha o costume de debochar e fazer pouco caso das vitimas. Por meio das redes sociais, o “pastor do golpe”, destratava quem resolvia cobrar pelos bilhetes que nunca eram entregues.
De acordo com uma das vítimas que trocou mensagens com o pastor, os estelionatos cometidos por ele tiveram início anos antes de ele começar a vender os supostos pacotes de viagens. “Quem o conhece do Gama sabe que ele ganhava dinheiro aplicando golpes com festas e venda de carros e seguros de veículos. Mas com a criação dessa empresa e utilização das redes sociais, o número de pessoas enganadas cresceu”, disse.
Em um trecho das conversas entre o pastor e uma mulher que tentava reaver o dinheiro gasto com os pseudopacotes de turismo, o golpista debocha da situação. “Se me queimarem, e eu pedir falência, ninguém recebe nada. Eu não tenho nada no meu nome”, ameaçou o pastor durante o diálogo.
Veja conversas entre o pastor do golpe e uma das vítimas:
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O golpe
Um grupo formado por 50 pessoas acusa o pastor evangélico de usar da boa fé alheia para enganar os fiéis, com a venda de pacotes de viagens falsos. Uma série de ocorrências foram registradas na Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), afirmando que Douglas faturou alto usando uma empresa que captava clientes, mas jamais entregava os bilhetes de embarque.
Boa parte dos compradores frequentavam as igrejas onde o pastor pregava. Outros eram parentes de fiéis que costumavam acompanhar os cultos ministrados por Douglas Michael. Garantindo ser idôneo e um “homem de Deus”, o líder religioso costumava levar os contratos até a casa dos devotos e sacramentava a venda dos pacotes. O pastor seduzia os pretensos clientes com valores atrativos. Passagens a R$ 300 para destinos badalados no Nordeste e Sudeste eram os campeões de vendas.
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O outro lado
O pastor Douglas Michael foi procurado pela reportagem para que se posicionasse sobre as denúncias, ocorrências policiais e processos cíveis abertos contra ele. Segundo o religioso, em 10 de junho deste ano, houve um imprevisto com alguns clientes. “A empresa que trabalha com milhas aéreas é terceirizada, mas o fornecedor não entregou, lesando não só os clientes, como também a empresa. Desde sempre, mantemos nossos clientes informados e verificando a possibilidade de remarcação ou devolução dos valores”, alegou o pastor.
O líder evangélico disse, ainda, que em 13 de junho, iniciou os estornos dos valores pagos. “Um cliente insatisfeito criou um perfil no Instagram usando informações falsas e gerando medo e terror aos clientes, dizendo que o proprietário seria golpista. Dessa forma, com difamação, calúnia, afastaram futuros clientes, trazendo um momento delicado financeiramente. A empresa deixa claro que jamais vai lesar nenhum cliente”, garantiu o pastor, por meio de nota.
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