O escritor Pablo Gonçalo lançará, na próxima terça-feira (25/10), seu mais novo livro sobre cinema — Hollywood de Papel: Roteiros Não Filmados de Ben Hecht, Billy Wilder e Frances Marion. A obra é resultado de uma pesquisa feita em 2019 para o pós-doutorado que Gonçalo cursou na Universidade de Chicago e apresenta uma Hollywood um tanto diferente da que estamos acostumados.
“Os roteiros não filmados retratam uma Hollywood distante das regras morais, que eram racistas, misóginas, antissemita e moldavam as narrativas numa convenção moral que se tornou o padrão”, analisa Pablo, que também é professor do curso de Audiovisual da Universidade de Brasília (UnB).
Pablo Gonçalo Hollywood de Papel (1)
Foto: Divulgação
Pablo Gonçalo Hollywood de Papel (1)
Pablo Gonçalo
Foto: Divulgação
Billy Wilder
Billy Wilder, ao fundo, é um dos roteiristas apresentados na obra
Foto: Divulgação
Frances Marion Escrevendo
Frances Marion
Foto: Divulgação
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Ele explica que a censura hollywoodiana, chamada de código Hays, avaliava os roteiros dos longas e destaca a existência do período chamado “pré-code”, onde as bases para os filmes traziam histórias mais anárquicas. Entre os diversos roteiristas que começaram a produzir na época, estão os três nomes escolhidos por Pablo: Ben Hecht, Billy Wilder e Frances Marion.
Mais sobre o assunto
“Muitas das estórias inéditas que descubro e trago no livro desafiam de frente os preceitos morais do código. São histórias bem desconhecidas da bibliografia e da pesquisa norte-americana sobre Hollywood, e são narrativas bonitas, importantes, que mostram outra Hollywood”, garante.
No livro lançado pela editora Zazie, o escritor traz conteúdos voltados para cinéfilos, como também para entretenimento. Ele observa que entre os roteiros escolhidos para a composição estão comédias engraçadas que ironizam o momento histórico no qual foram escritas.
Lançamento
Pablo Gonçalo escolheu um dos bares mais tradicionais da cidade para lançar seu novo livro, o Beirute da 109 Sul. “O Beiras é um local tradicional em Brasília. Vou lá desde menino, adolescente. Precisamos valorizar esses espaços. Considero-me um professor e escritor de Brasília, vinculado aos lugares que formaram meu imaginário.”
Ele relata que foi ao local diversas vezes para debater sobre cinema, principalmente após sessões do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro no Cine Brasília. “Ia a pé mesmo, e acredito que essa é parte da cidade que precisa resistir”, reforça.
O lançamento de Hollywood de Papel ocorre na próxima terça-feira (25/10), a partir das 18h30.
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