Leka lança livro e revela como BBB1 agravou bulimia: “É massacrante”

A empresária Alessandra Begliomini, conhecida pela mídia como Leka, participante da primeira edição do Big Brother Brasil, lançou o livro Loka, Eu?!: Minha História de Peso, Limites e Big Compulsões, onde conta os bastidores do reality show da Globo e como foi lidar com o processo de bulimia quando ainda estava confinada no programa, vigiada por câmeras — e pelo Brasil inteiro — 24 horas.

Ao Metrópoles, Leka contou que sua ideia com a obra, lançada no Brasil pela editora Matrix, é deixar uma mensagem de esperança para que outras mulheres se conscientizem sobre os perigos da busca pelo corpo perfeito. A empresária, hoje dona de uma marca de roupas, também falou sobre como a superexposição do BBB1, transmitido em 2002, piorou seu processo de bulimia. Ela, no entanto, deixou claro que não culpa a Rede Globo pelos problemas que enfrentou no programa.

Assista a entrevista com Leka completa: 

“Teve uma prova de balança, de peso. A gente se pesava e a casa tinha que ganhar, não lembro se eram cinco, ou seis [participantes]… tinha que ganhar determinado peso. Então a pessoa subia na balança, o peso era registrado ao vivo. Imagina, peso para mim é uma questão de um tamanho, que eu suei frio naquela prova, de uma violência psicológica que eu nem tinha ideia que poderia acontecer”, conta ela.

Saber que eu estava sendo passada [nas televisões de todo o Brasil] de todos os ângulos, do jeito que era [no BBB1], era muito difícil.

Alessandra Begliomini, a Leka

“Eles [produção da Globo] também não fizeram, não acuso, porque eles também não sabiam que ia me pegar dessa forma. Hoje teria que ser diferente, teria e seria diferente. Porque a informação já é disseminada. A pessoa que entrasse lá com um transtorno desse, ela também já se sentiria responsável por informar a produção. Eu não informei ninguém porque eu mal sabia como chamar isso”, prosseguiu Leka.

A empresária ainda relatou que, apesar de todo o estresse dentro do programa, a superexposição de sua imagem — vista por Leka como um calvário por conta dos problemas com o corpo, causados pela bulimia e disformia — era “massacrante”:

“Nenhuma tensão para mim, neste lugar de ter desencadeado a crise de bulimia, era tão grande quanto o lugar da exposição. A exposição era o que me massacrava. Podia ter qualquer briga por leite condensado, por personagem, por qualquer coisa que fosse. Mas para mim, por ter esse lugar já meu, da doença mesmo, desse traço psicológico que é massacrante, o negócio para mim era a imagem.”