O desemprego explicita as desigualdades no Distrito Federal. Um estudo do Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF), divulgado nessa terça-feira (13/12), mostra que a taxa de desocupados foi maior entre os jovens, negros e mulheres nos últimos 30 anos.
A pesquisa fez uma análise das últimas três décadas sobre atividade e rendimento do mercado de trabalho na capital do país. Os dados mostram que a taxa de desemprego total para as mulheres era de 18%, em 1992, e passou para 19,9%, no último ano.
A população negra obteve, em 1992, uma taxa total de desemprego de 4,1 pontos percentuais maior que a dos não-negros (18,9% e 13,7%). Em 2021, a taxa avançou para 19,7% (negros) e 14,8% (não-negros).
Em alguns momentos da série, o número de desempregados negros foi superior a 20% (1997-2004 e 2017-2020), algo nunca observado com pessoas de outras cores.
Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o termo desemprego é definido como “a condição de pessoas que se encontram, atualmente, sem emprego formal, mas que estão em busca ou dispostas a aceitar um trabalho caso surja a oportunidade” Vinícius Schmidt/Metrópoles
Seguindo a mesma lógica, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) declara ainda que “não ter um emprego não é o equivalente a não ter um trabalho ou uma ocupação. Por essa razão, não se consideram para o cálculo estudantes, donas de casa e empreendedores” Rafaela Felicciano/Metrópoles
Existem inúmeros motivos que podem ocasionar o desemprego. No Brasil, por exemplo, a causa pode estar vinculada a crise econômica, baixa qualificação dos candidatos, transformações na base produtiva do país, baixa escolaridade, migração do campo para a cidade, crises políticas, falta de investimento social, entre outros Steve Prezant/ Getty Images
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A classificação do desemprego segue quatro tipos identificados a partir de suas causas. São eles: desemprego natural, estrutural, conjuntural e sazonal Blasius Erlinger/ Getty Images
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O termo desemprego natural refere-se a condição momentânea e ocasionada por demissão, troca de emprego ou pela recente inserção no mercado de trabalho, no caso de pessoas que estão em busca do primeiro emprego RUNSTUDIO/ Getty Images
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Desemprego estrutural tem como causa avanços tecnológicos e a inclusão de novos formatos de produção derivados desse processo. Já o desemprego conjuntural é aquele causado por crises politicas e/ou econômicas que se desencadeiam em escala regional, nacional ou global Peter Dazeley/ Getty Images
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Desemprego sazonal refere-se à condição que se repete periodicamente, ou seja, temporária, e que está relacionada ao setor de serviços, como turismo, por exemplo Reprodução/Agência Brasil
No país, a metodologia utilizada pelo IBGE para realizar o levantamento da taxa de desemprego é denominada Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – PNAD Hugo Barreto/Metrópoles
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Segundo a OIT, o cálculo deve excluir as pessoas que se encontram em trabalhos informais ou ainda aqueles que desistiram de procurar um, mesmo estando em condições para tal. Por essas razões, ainda segundo a organização, as estatísticas do desemprego podem ser subestimadas Peter Dazeley/ Getty Images
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Entre as principais consequências do desemprego estão: aumento da pobreza, aumento da violência, crescimento do índice de criminalidade e a obvia redução (ou ausência) da renda familiar, que ocasiona a fome, por exemplo. Além do aumento do trabalho infantil, do subemprego, aumento de problemas psicológicos e físicos Yellow Dog Productions/ Getty Images
Segundo a OIT, todas essas consequências impactam negativamente na economia e no desenvolvimento social de uma nação Rafaela Felicciano/Metrópoles
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Em meio à crise econômica, o subperíodo de 2015 a 2021 atingiu, em média, 32,8% dos jovens economicamente ativos, tornando-se o momento mais desfavorável para eles. A parcela entre 15 e 24 anos, que reúne adolescentes e “jovens-jovens”, registrou taxa de desemprego média quase duas vezes maior que a parcela entre os jovens-adultos (25-29 anos) ao longo de todo o período.
Autônomos
No decorrer dos trinta anos, o setor público perdeu espaço para o trabalho autônomo e o assalariamento privado. Em 1992, os assalariados representavam cerca de 30% da população ocupada, percentual superior aos 22% de 2021.
Analisando o mesmo período para o setor privado, o assalariamento foi de 34% para 47,5%, enquanto os autônomos apresentaram menor expansão (14,9% para 16,9). Já o trabalho doméstico, teve sua representatividade reduzida em mais de 50% em relação ao total de ocupações entre 1992 (11,7%) e 2021 (5,2%).
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