Em 2022, São Paulo recebeu quatro das cinco feiras arte que aconteceram no Brasil. Duas delas, ArPa e ArtSampa, estrearam no mercado neste ano e já confirmaram as datas de suas próximas edições em 2023. Se o mercado brasileiro, que representa menos de 0,5% do mercado global, mostra estar aquecido, essa chama também arde no restante do globo. É o que aponta o relatório “A Survey of Global Collecting in 2022”, realizado pela Art Basel e pelo banco de investimentos UBS, divulgado em novembro.
Segundo a pesquisa, que ouviu 2.700 colecionadores de alto poder aquisitivo nos principais países consumidores de arte, cada um deles gastou em média cerca de US$ 180 mil em obras só no primeiro semestre de 2022. A quantia é maior do que a de todo o ano passado (US$ 164 mil) e de 2019, antes da pandemia (US$ 100 mil).
A porcentagem de compras avaliadas em mais de US$ 1 milhão também cresceu: de 12%, em 2021, para 23% – um aumento possibilitado pelo retorno total das vendas de casas de leilões e feiras de arte.
Fairfatigue?
Até 2019, circulava no mercado de arte a expressão “fairfatigue” – um cansaço devido ao grande volume de feiras. O termo parece ter ficado para trás neste ano de retomada. De acordo com os dados do site artfairmag.com, foram realizadas 339 feiras em 2022, quase todas presenciais, o que representou um aumento de quase 20% em relação ao ano passado.
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Embora o calendário esteja muito mais cheio do que nos últimos dois anos, o número de feiras caiu 6% em relação a 2019. A exceção foi a América do Sul, que viu o número de feiras de arte crescer – só o Brasil quase duplicou o seu número de eventos do tipo, passando de três para cinco.
Segundo o relatório, 74% dos colecionadores pesquisados afirmaram ter comprado obras em um evento no primeiro semestre de 2022 (contra 54% em 2021).
Brasileiros estão otimistas e ainda apostam em NFT
O preço do Ethereum, moeda digital mais utilizada para comprar obras de arte, caiu cerca de 75% do final de 2021 a junho de 2022. Apesar da queda do valor da moeda, o mercado de arte com NFT, no primeiro semestre de 2022, ainda atingiu US$ 610 milhões, abaixo dos US$ 2,4 bilhões no segundo semestre de 2021, mas significativamente maior que os primeiros seis meses de 2020 (US$ 240 milhões).
Aliás, os colecionadores gastaram ligeiramente mais em obras de arte em NFT. Em 2021, cada um investiu US$ 44 mil contra US$ 46 mil nos seis primeiros meses de 2022 – 12% revelaram ter gastado mais de US$ 1 milhão neste segmento.
O interesse em NFTs relacionados à arte entre os colecionadores teve um aumento de 5%. O maior interesse por arte digital com NFTs, aliás, foi registrado no Brasil, com 65% dos colecionadores planejando comprar obras desse segmento, à frente de Itália (61%) e Taiwan (57%).
Os colecionadores brasileiros também são os mais confiantes nas movimentações do mercado de arte em 2023. Enquanto a média global dos que estão otimistas com cenário econômico do setor nos próximos 12 meses foi de 80%, no Brasil, esse índice foi de 85%.
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