São Paulo – A disputa por uma vaga no Tribunal de Contas do Município (TCM) de São Paulo tem causado atrito entre dois poderosos aliados na política paulistana: o prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), e o presidente da Câmara Municipal, Milton Leite (União).
Ambos querem emplacar um nome de sua confiança na cadeira que será deixada em maio pelo conselheiro Maurício Faria, que será obrigado a se aposentar por completar 75 anos, idade limite para atuar na Corte, responsável por fiscalizar as contas da Prefeitura de São Paulo.
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Pela regra, o prefeito tem a prerrogativa de indicar dois e a Câmara Municipal três dos cinco conselheiros do TCM. A sucessão de Maurício Faria, que foi indicado pela ex-prefeita Marta Suplicy em 2022, compete a Ricardo Nunes. Mas o nome precisa ser aprovado pela Câmara, comandada por Milton Leite.
O presidente do Legislativo paulistano já disse a interlocutores que quer indicar para o tribunal um dos seus filhos, o deputado estadual Milton Leite Filho (União), e que tem um acordo com Nunes sobre a sucessão no TCM feito na campanha de 2020, quando atuou para que o atual prefeito fosse vice na chapa de Bruno Covas, morto em 2021.
Nunes, por sua vez, tem dito a aliados que a chance de indicar o filho do presidente da Câmara para o TCM é “zero”. Do lado do prefeito, dois secretários despontam entre os favoritos à indicação: Ricardo Torres (Fazenda) e Marcela Nunes (Gestão).
A lista de cotados inclui ainda outros três secretários — Fabrício Arbex (Casa Civil), Edson Aparecido (Governo) e Ricardo Teixeira (Mobilidade e Trânsito) –, além do secretário-executivo do gabinete do prefeito, Diogo Soares, nome mais leal a Nunes.
Desses nomes, apenas Ricardo Teixeira tem boa relação com Milton Leite, responsável por sua indicação para a secretaria. Os demais podem encontrar dificuldades para serem aprovados pela Câmara caso o presidente da Casa não aceite bem o veto ao nome do seu filho.
Com vários cargos na Prefeitura e enorme influência política, Milton Leite é um dos principais patrocinadores do projeto de reeleição de Ricardo Nunes em 2024. O agravamento do atrito envolvendo a cadeira de conselheiro do TCM pode colocar a aliança em xeque.
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