Crítica: A Baleia é aterradora virada de chave na carreira de Fraser

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O cinema tem o potencial de transmitir emoções e fazer com que o espectador sinta os sentimentos dos atores. Com a junção de uma boa história, bons profissionais e uma excelente equipe de produção e direção, um único longa-metragem pode mudar sua visão de mundo e alterar sua percepção das pessoas. E é nesta categoria de excelência que A Baleia (The Whale, no título em inglês) se encaixa, com foco na virada de chave impecável de Brendan Fraser.

Em A Baleia, Brendan Fraser interpreta Charlie, um professor de 270 quilos, que não consegue sair do sofá, e repleto de problemas emocionais. A realidade do Charlie de Fraser é nada mais do que a verdade de muitas pessoas obesas que não recebem atenção ou visibilidade por parte dos familiares, amigos e até do próprio governo.

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A produção de Darren Aronofsky apresenta de forma muito clara e aterradora as dificuldades diárias (e básicas) de uma pessoa obesa mórbida. De pegar uma chave no chão até levantar do sofá, A Baleia é um relato extremamente tocante da classe da sociedade que ganhou certa visibilidade durante a pandemia da Covid-19 ao ser considerada “grupo de risco” do coronavírus.

Além disso, a produção, que conta ainda com Sadie Sink, Hong Chau, Ty Simpkins e Samantha Morton no elenco, causa um sentimento de claustrofobia. Afinal, Aronofsky fez questão de focar sua câmera no pequeno e inadequado apartamento de Charlie e nos problemas dos personagens que causam os seus problemas.

Naturalmente, A Baleia vai muito além de um debate sobre o despreparo para pessoas obesas (mesmo que este enredo se sustente por si só). Charlie é um homem que, mesmo que tenha desistido do corpo, não desistiu das pessoas. O professor batalha para que seus alunos e familiares sejam sinceros, honestos, doces e não cometam os mesmos erros que ele cometeu.

As câmeras de Aronofsky não se envergonham em mostrar os sentimentos dos personagens, por mais aterradores que eles sejam. O diretor faz um paralelo constante e proposital com a baleia Moby Dick, enquanto apresenta um corpo gordo, repulsivo e, ainda sim, cheio de dores.

Assista ao Metrópoles Já Viu de A Baleia:

Virada de chave em A Baleia

No fim das contas, não importa tanto qual é o enredo de A Baleia. O foco é e será para todos os telespectadores o ator Brendan Fraser. Não por seu corpo gordo e que Aronofsky tenta mostrar como repulsivo e nojento, mas sim por a produção ser, definitivamente, a virada de chave na carreira do ator e sua grande e real chance de levar a estatueta de Melhor Ator do Oscar 2023 para casa.

Vale lembrar que, antes de A Baleia, Fraser não protagonizava um filme há 12 anos. Para a produção, ele passou quatro horas por dias se maquiando e colocando próteses no corpo, além de ter trabalhado com associações para entender como seu personagem deveria se mover e em como lidar com o transtorno alimentar.

A Academia do Oscar cometerá um erro se não escolher Brendan Fraser, por vezes ignorado pela indústria perfeccionista do entretenimento, para carregar a honra de Melhor Ator do ano.

Avaliação: Excelente

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