Lutador de jiu-jítsu suspeito de fraude em eventos esportivos é exonerado do GDF

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Francisco Santoro foi alvo de operação do MPDFT deflagrada há cerca de duas semanas contra possíveis fraudes em repasses de secretarias

O governador Ibaneis Rocha (MDB) exonerou Francisco Santoro do cargo de subsecretário de Saúde Física para o Servidor Público da Secretaria de Fazenda. Conhecido como Kiko, Francisco foi um dos principais alvos de uma operação do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), deflagrada há cerca de duas semanas, contra possíveis fraudes em repasses de secretarias de Estado do DF para eventos esportivos.

A exoneração saiu na edição desta quarta-feira (24/5) do Diário Oficial (DODF). Para a vaga o governador nomeou. interinamente, Denise Rodrigues Parreira, assessora especial da Secretaria Executiva de Valorização e Qualidade de Vida.

Presidente da Federação Brasiliense de Jiu-Jítsu (FBJJD), Kiko é faixa preta e foi campeão brasileiro, sul-americano e mundial da modalidade. O atleta ostenta os títulos nas redes sociais — as quais acumula mais de 55 mil seguidores. Ate o momento  não foi conseguido  contato com o investigado. O espaço segue aberto.

Operação Armlock

Operação Armlock cumpriu 30 mandados de busca e apreensão em 11 de maio. Iniciada em 2021, a investigação apura um esquema que simulava eventos esportivos que jamais ocorriam, mas cujo dinheiro era empenhado.

A ação é fruto de aprofundadas investigações desenvolvidas após comunicação remetida pelo Ministério Público de Contas (MPC) sobre aumento considerável do número de termos de fomento firmados entre secretarias do DF com entidades sem fins lucrativos.

A investigação do MP aponta que, entre junho de 2021 e fevereiro de 2022, foram repassados a Organizações da Sociedade Civil, por meio de parcerias, cerca de R$ 137,4 milhões. Desse total, R$ 841.398,92 foram destinados à Secretaria de Esportes. Ainda não se sabe, porém, o quanto desse montante geral (R$ 137,4 milhões) teria sido desviado.

Destas organizações, uma que chamou a atenção foi a Associação Centro-Oeste de Jiu-Jítsu (Cojj). A entidade, com sede e dirigentes fixados na cidade de Goiânia (GO), nem sequer tinha estrutura física declarada, mas, a pretexto da realização de campeonatos de artes marciais no Distrito Federal, recebeu boa parte da verba pública. Houve constatação, ainda, da não comprovação da execução de qualquer um dos projetos acordados.

As apurações apontam para a utilização da associação, em tese sem fins lucrativos, como fachada para que os recursos públicos fossem desviados em favor dos investigados e para eventos de cunho privados promovidos pela FBJJD e por seu presidente, Kiko.

Os investigadores verificaram elementos que indicam uso, por parte de Francisco Santoro, de acesso facilitado aos bastidores da Secretaria de Esporte e Lazer (SEL) decorrente do cargo de integrante do Conselho de Administração do Fundo de Apoio ao Esporte (Confae). As ações teriam permitido o encaminhamento e a concretização de parcerias entre a secretaria e a Cojj.

Outras pessoas físicas e jurídicas privadas atuaram no esquema, segundo as investigações; entre elas, Juliano Leiro Silva, que figura como “laranja” no registro da FBJJD, e Rodrigo de Castro Ribeiro, presidente da Cojj. Morador de Goiânia, Ribeiro tem estreitos laços com Kiko e com a FBJJD, chegando a registrar em rede social ser “diretor de eventos da FBJJD”. A reportagem não localizou Silva nem Ribeiro. O espaço segue aberto para eventuais manifestações.

Fonte: Metrópoles

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