Dizem, por aí, que a expectativa é a causa de todas as grandes decepções. No hypado universo dos filmes de super-herói, a máxima é certamente verdadeira. The Flash, após adiamentos e várias polêmicas do protagonista Ezra Miller, chega, nesta quinta-feira (15/6), com a alcunha de “melhor filme de todos os tempos da última semana”. Talvez seja um pouco demais, mas o longa de Andy Muschietti pode ser qualificado como o melhor filme de herói em algum tempo.
O marketing de The Flash, catapultado por influenciadores e diversas versões exibidas para fãs, trabalhou a ideia de que a dupla Ezra Miller e Andy Muschietti trariam algo nunca antes visto. Toda essa expectativa gerou uma ansiedade que, se mal explorada, poderia ter sido prejudicial ao filme.
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Ao bem da verdade, The Flash não é a maior novidade do gênero. Aposta em elementos que estão aí: nostalgia, participações especiais, multiverso. O diferencial é que, ao contrário de produções como Shazam! e Adão Negro (para ficar no mundo da DC), as coisas estão bem-feitas.
The Flash é divertido justamente por entender que um filme de quadrinhos precisa ser algo leve, marcado por frases de efeito, piadas sobre o próprio universo e com um fundo emocional, tudo somado a efeitos visuais satisfatórios. Até o batido plot de volta no tempo – aliás, a discussão sobre De Volta Para o Futuro é um ponto alto da produção – é bem explorado na trama de Barry Allen.
The Flash e o DCEU
Ao abraçar a nostalgia como um parte da sua construção, The Flash acerta ao escalar Michael Keaton novamente (por favor, não reclamem de spoiler, isso está literalmente no pôster) como Batman, já que o experiente ator usa o personagem como um guia na trama. Aliás, o roteiro, em alguns momentos, parece uma sessão de terapia de Barry – ou do próprio Ezra Miller, vai saber.
Ao entender o seu universo e explorar bem as consequências, surpresas e repercussões, The Flash se assemelha, neste aspecto, a Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa (2021) – que, na minha modesta opinião, é um acerto.
Coisas boa à parte, há algo que, infelizmente, está presente justamente nas qualidades de The Flash. Ao longo da produção, fica a sensação de que aquele DCEU – o prometido, mas nunca entregue universo compartilhado da DC – poderia ter sido muito mais do que foi e, justamente naquele que parece seu último ato, entrega uma produção capaz de interessar. Pelo menos, o capítulo final (será mesmo?) termina em alta velocidade.