Nove funcionários do Google foram presos na última terça-feira (16) acusados de invadirem o escritório de Thomas Kurian, CEO do Google Cloud. O grupo tinha como proposta realizar um “protesto” sentado contra Israel e exigir algumas ações mais imediatas. De acordo com um memorando, 28 funcionários teriam sido demitidos após o protesto.
Na pauta do grupo, a principal exigência era o cancelamento do Projeto Nimbus, um contrato de US$ 1,2 bilhão que a empresa tem com o governo israelense. Esse acordo também tem a Amazon como uma das partes envolvidas, e envolve serviços de armazenamento em nuvem e aprendizado de máquina.
“De forma pessoal, me oponho ao Google fazer qualquer contrato militar. Tenho essa opinião pelo fato de o Google ser uma empresa internacional, e seja qual for o poder militar que esteja envolvido, sempre haverá uma pessoa representada por um funcionário ou um dos nossos usuários no final”, comentou Cheyne Anderson, do time de engenheiros do Google Cloud, ao site CNBC.
Ação conjunta
Os funcionários do Google envolvidos no processo fazem parte do grupo “No Tech for Apartheid” (Sem Tecnologia para o Apartheid, em uma tradução literal). Ele conta com mais de 200 membros, sendo que estes também tomaram parte na ação.
O grupo em questão trajava camisas onde era possível ler a frase “Google contra o Genocídio”. Além disso, eles fixaram um cartaz do lado de fora do escritório de Kurian com os dizeres “Abandone o Nimbus”.
“Impedir fisicamente o trabalho de outros funcionários e impedi-los de acessar nossas instalações é uma clara violação de nossas políticas, e investigaremos e tomaremos medidas”, comentou Bailey Tomson, porta-voz do Google.
“Esses funcionários foram colocados em licença administrativa, e o acesso deles aos nossos sistemas foi cortado. Após recusarem múltiplos pedidos para deixar o local, as autoridades foram acionadas para removê-los e garantir a segurança do escritório”, finalizou.