União Europeia tenta organizar saída do confinamento

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UE tenta organizar saída do confinamento
Na Espanha, a rotina está sendo retomada aos poucos. Crédito da foto: Pau Barrena / AFP

A União Europeia (UE) revelou nesta quarta-feira (15) que seu plano para uma saída gradual do confinamento busca proteger a economia sem colocar em risco a saúde dos cidadãos, que terão de aprender a conviver com o novo coronavírus.

“As autoridades públicas devem avaliar de forma bastante cuidadosa o melhor momento para começar a levantar as medidas restritivas, uma a uma”, disse em entrevista coletiva a titular da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, no momento em que a abertura se inicia, de forma ainda tímida.

Áustria e Dinamarca lideram o retorno à normalidade na UE, ao mesmo tempo em que milhões de cidadãos permanecem confinados e centenas de pessoas continuam morrendo diariamente da doença, principalmente na Espanha e Itália.

As instituições europeias querem evitar a falta de coordenação ocorrida durante a entrada no confinamento, em março, mas reconhecem que a saída não será simultânea para todos os 27 países do bloco.

A UE propõe que o fim do confinamento se justifique com base em três critérios: uma redução considerável da propagação, um sistema de saúde suficientemente equipado e capacidade de realizar testes de detecção em larga escala. “Estas recomendações se baseiam no senso comum, nos dados científicos”, assinalou o chefe do Conselho Europeu, Charles Michel.

Um dos temores é de que países menos afetados, como Alemanha e Holanda, beneficiem-se de uma “vantagem competitiva” frente aos mais atingidos, como Itália, Espanha e França, por poderem retomar antes sua atividade econômica.

A Comissão defende, assim, uma coordenação entre os países do bloco, para proteger a integridade do mercado único europeu, uma vez que, segundo o FMI, o PIB da Eurozona poderá sofrer uma contração de 7,5% em 2020.

Sem calendário de saída

O plano revelado por Ursula e Michel a pedido dos governantes europeus não propõe um calendário específico para o fim do confinamento, e sim pautas e recomendações para os países do bloco.

A UE considera que os idosos e portadores de doenças crônicas devem permanecer confinados por mais tempo. Continuar com o trabalho remoto é outra recomendação.

O plano também contempla autorizar gradativamente as aglomerações, porém com condições. A reabertura de lojas e escolas deverá ser acompanhada de uma limitação do número de pessoas nas aulas e nos estabelecimentos.

O distanciamento social, uso de máscaras e lavagem sistemática das mãos deverão ser mantidos, para evitar novos surtos, em um contexto onde os cidadãos terão que aprender a conviver com o novo coronavírus.

As fronteiras internas da UE deverão ser reabertas gradativamente. A UE segue considerando que o desenvolvimento de uma vacina é “a melhor oportunidade coletiva para vencer o vírus”, disse Ursula. (Toni Cerdá – AFP)

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