A Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic), de Sorocaba, em operação conjunta com a Polícia Civil do Mato Grosso, prendeu na quinta-feira (27) um homem acusado de associação criminosa e estelionato. Ele estaria aplicando golpes em Sorocaba por meio de um site de anúncio. A prisão ocorreu na cidade de Várzea Grande. O trabalho de investigação foi conduzido pelo delegado Felipe Orosco.
O homem preso era considerado foragido da Justiça logo após a Polícia Civil ter concluído, em junho deste ano, que ele era o mentor de golpes envolvendo a venda veículos usados. Somente uma das vítimas teve prejuízo de R$ 15 mil, que posteriormente foram recuperados pela ação policial.
Durante a prisão, na cidade mato-grossense, o acusado teria apresentado RG falso aos policiais da Delegacia de Roubos e Furtos daquele Estado. O acusado responderá por estelionato, associação criminosa e falsidade ideológica.
Desdobramento
Em 9 de junho, a Polícia Civil de Sorocaba deteve outro estelionatário durante uma operação deflagrada simultaneamente nos estados de São Paulo e Mato Grosso. O homem foi detido na cidade de Tupã (SP), onde residia. Ele foi acusado de associação criminosa e lavagem de dinheiro.
Equipes da Delegacia Seccional, após trabalho investigativo e de inteligência sobre golpes aplicados por meio de um site de vendas, identificaram os dois autores. A Justiça concedeu mandados de prisão e de busca e apreensão.
O setor de Operações de Inteligência identificou cerca de uma centena de estelionatos praticados apenas no Estado de São Paulo relacionados com golpes praticados por meio de uma plataforma de vendas na internet, utilizando-se da foto da carteira funcional de um policial militar.
As ordens judiciais foram cumpridas na cidade de Tupã (SP), onde foi capturado um dos responsáveis e apreendidos celulares, provavelmente, usados no crime. A investigação apurou que em um dos golpes o valor foi encaminhado para esse integrante da associação.
Em Várzea Grande (MT), onde residia o segundo autor, preso na quinta-feira, mais dois celulares foram recolhidos com a ajuda de agentes locais; contudo, à época, o suspeito não foi localizado.
Como funcionava o golpe
Em síntese, o estelionato funcionava da seguinte forma: o acusado se interessava por um determinado veículo na internet. Ele, então, entrava em contato com o anunciante proprietário. Demonstrava interesse, ele pedia a retirada do anúncio, garantindo a compra. Na sequência, de posse de fotos do veículo do anúncio retirado da web, ele criava um novo anúncio, no mesmo site. Ao ser abordado por eventuais interessados, ele convencia a pessoa de que estava negociando o veículo, mas que o bem não era dele.
O acusado dava garantia que o dono não era bom de negócio e também que venderia o veículo pelo menor preço. Ludibriados, o verdadeiro dono do veículo e o comprador interessado — motivado pelo anúncio falso — chegavam a se encontrar, sem que o estelionatário fosse citado. O trabalho meticuloso do acusado, segundo a Deic, envolvia a identidade de um policial militar. Era uma forma de dar credibilidade à ação criminosa. Só após o pagamento para o golpista, geralmente em uma conta de “laranja”, é que a fraude era descoberta. (Marcel Scinocca)
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