O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) concedeu uma entrevista à TV TG2 Post, da Itália, nesta sexta-feira (9/4), e pediu desculpas aos italianos por ter concedido asilo a Cesare Battisti, ex-membro do grupo Proletários Armados pelo Comunismo, que foi condenado na Itália por assassinato e se refugiou no Brasil. Dessa forma, Battisti não pôde ser extraditado, o que só veio a acontecer já no governo Jair Bolsonaro (sem partido).
“Peço desculpas ao povo italiano. Pensei que ele [Battisti] não era culpado, mas depois de sua confissão, só posso me desculpar”, disse o petista, em entrevista concedida na tarde desta sexta-feira (9/4) à TG2 Post. As informações são da Folha de S.Paulo.
“Tomei a decisão baseado em uma orientação do Ministério da Justiça”, afirmou, em referência à equipe do então ministro Tarso Genro. “E pensei que era uma decisão correta porque achei que era inocente”, completou.
“Enganei-me ”, disse Lula, que já havia demonstrado arrependimento anteriormente em relação ao caso. Em agosto do ano passado, Lula afirmou em um programa de debates da TV Democracia que se arrependeu de ter defendido Battisti.
Frustrado e decepcionado
“Hoje, acho que, assim como eu, todo mundo da esquerda brasileira que defendeu Cesare Battisti aqui ficou frustrado, ficou decepcionado. Eu não teria nenhum problema de pedir desculpas à esquerda italiana e às famílias do Battisti”, disse Lula na ocasião.
No último dia de seu mandato, em 2010, o petista concedeu asilo ao italiano, que foi preso na Bolívia em janeiro de 2019 e extraditado para a Itália, onde cumpre prisão perpétua.
O ex-presidente alegou que seu então ministro Tarso Genro, assim como outros líderes da esquerda brasileira, estavam convencidos da inocência de Battisti, acrescentando que o italiano enganou “muita gente no Brasil”.

ITA – BATTISTI/PRISÃO/ROMA – INTERNACIONAL – O ex-militante comunista italiano Cesare Battisti (c), procurado por quatro homicídios atribuídos a um grupo de extrema esquerda na década de 1970, é cercado por policiais ao desembarcar no aeroporto de Ciampino, em Roma, na Itália, nesta segunda-feira, 14. Battisti desembarcou na cidade esta manhã, depois que um esquadrão internacional perseguiu o italiano e o prendeu na Bolívia, encerrando quase quatro décadas em fuga. 14/01/2019 – Foto: GREGORIO BORGIA/ASSOCIATED PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Gregorio Borgia/Associated Press/Estadão Conteúdo

ITA – BATTISTI/PRISÃO/ROMA – INTERNACIONAL – O ex-militante comunista italiano Cesare Battisti (c), procurado por quatro homicídios atribuídos a um grupo de extrema esquerda na década de 1970, é cercado por policiais ao desembarcar no aeroporto de Ciampino, em Roma, na Itália, nesta segunda-feira, 14. Battisti desembarcou na cidade esta manhã, depois que um esquadrão internacional perseguiu o italiano e o prendeu na Bolívia, encerrando quase quatro décadas em fuga. 14/01/2019 – Foto: GREGORIO BORGIA/ASSOCIATED PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Gregório Borgia/AP/Estadão Conteúdo

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Battisti estava oficialmente asilado no Brasil desde 2010 quando, no último ato do seu governo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou que ele poderia permanecer no país
Gabriela Bilo/Estadão

O italiano estava foragido
Ansa/Reprodução

José Cruz/Agência Brasil
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