Termina nesta segunda-feira (4/10) o prazo para inscrições de trabalhos para o 54º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro (FBCB). O edital 07/2021 da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec-DF) selecionará 30 produções, agraciadas com valores entre R$ 5 mil e R$ 30 mil conforme a categoria. A submissão de filmes pode ser feita no portal do evento. A edição de 2021 acontece entre 7 e 14 de novembro, novamente de forma virtual. Os realizadores poderão concorrer em quatro categorias.
A mais bem premiada é a “Longas da Mostra Competitiva Nacional”, com cachê de R$ 30 mil e seis vagas para filmes com duração igual ou superior a 60 minutos; a “Longas da Mostra Brasília de Cinema Candango”, que remunera com R$ 15 mil seis obras produzidas no DF de uma hora ou mais; a “Curtas da Mostra Competitiva Nacional”, cujo pagamento é de R$ 10 mil para 12 filmes de até 30 minutos; e a “Curtas para Mostra Brasília”, com cachê de R$ 5 mil para 8 filmes de, no máximo, meia hora.
Comissão
Uma comissão formada pela organização do evento ficará responsável pela escolha das obras, com divulgação de resultados prevista para a primeira quinzena de novembro. Serão admitidos os filmes produzidos a partir de 2019 e preferencialmente aqueles que são inéditos. A transmissão das produções será feita por meio da internet e de uma emissora televisiva.
Criado na década de 1965 e tido como um dos maiores eventos do circuito nacional, o FBCB foi alçado a Patrimônio Imaterial pelo Governo do Distrito Federal em 2007. Curador da 54ª edição, o cineasta Silvio Tendler conversou com o Metrópoles e se disse animado, ainda que, pela segunda vez consecutiva, o evento seja realizado de forma virtual.
“A história sempre me surpreende. Eu estava preocupado com a quantidade de filmes que se inscreveriam por causa da política de asfixia econômica, cultural no Brasil, e também por conta da pandemia, que confinou as pessoas em casa”, contou.
Mais sobre o assunto
“Viver é lutar”
Por mais que o receio de Tendler faça sentido, a concorrência teve boa adesão. De acordo com o diretor, já há “mais de 500 curtas” para a Mostra Nacional, e “cento e tantos” inscritos para a Mostra Brasil de longas-metragem. “Nós não vamos ter problema na parte parruda do festival, que é competição e a presença dos filmes que concorrem, e também estamos produzindo eventos para discutir o futuro do cinema”, revela Sílvio.
Esse ponto do calendário será uma roda de conversa intitulada “Futuro do Cinema e Cinema do Futuro”, uma “ancoragem das questões a serem debatidas”, uma vez que “o mundo inteiro está em pane quanto à produção cinematográfica.”
Tendler também mostrou grande expectativa para a qualidade dos filmes apresentados, muito em função do papel da Fênix exercido pela arte.
“A arte e a História são intimamente relacionadas. Paradoxalmente, os momentos mais difíceis da humanidade são acompanhados de uma efervescência cultural. Findos os períodos, e mesmo dentro dos períodos mais complicados da humanidade, a arte se regenera; há muitos filmes brasileiros ligados à questão ambiental. Tem uma resistência cultural muito forte”, defendeu o diretor. “Viver é lutar”, finalizou.
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