Logo após o mundo entrar em alarde por conta da nova mutação, alguns cientistas passaram a dizer que talvez ela coloque fim à pandemia
Em meio a uma pandemia, onde há alta circulação de um vírus, é esperado que ele sofra mutações, com adaptações que podem torná-lo mais ou menos transmissível ou letal. Apesar de não ter pego especialistas em epidemiologia de surpresa, o surgimento da variante Ômicron do novo coronavírus colocou autoridades de todo o mundo em alerta novamente.
Apenas 12 dias depois de a Organização Mundial da Saúde (OMS) ser notificada por cientistas sul-africanos sobre o surgimento da nova variante, em 24 de novembro, ela rapidamente se espalhou por 47 países, sugerindo maior potencial de transmissibilidade. O susto, entretanto, foi seguido por manifestações de alguns cientistas que acreditam que a Ômicron pode ser uma boa novidade.
Cotado como possível futuro ministro da Saúde da Alemanha, o professor Karl Lauterbach, chegou a dizer, na última quarta-feira (1º/12), que a variante pode ser um “presente de Natal antecipado”, que vai acelerar o fim da pandemia.
Segundo o epidemiologista, as 32 mutações encontradas na proteína spike – usada pelo coronavírus para se ligar às células humanas – podem significar que ele evoluiu para se tornar mais transmissível e menos letal, seguindo uma evolução que se verifica na maioria dos vírus respiratórios. A hipótese dele é de que, apesar de mais pessoas ficarem doentes, menos pacientes evoluirão para casos graves.
De fato, até aqui, não foi registrada nenhuma morte provocada pela Ômicron. A maioria dos casos notificados são de pacientes com sintomas leves, extremamente leves ou assintomáticos.