Thaiane Cordeiro, uma produtora e roteirista, e Giulianna Silveira, professora e atriz, são duas estrelas do TeleKwai, que chegou ao Brasil com o intuito de estimular a criação de minisséries e telenovelas, em formato vertical e com breves episódios. Com muita bagagem em produções audiovisuais, as sócias entraram de cabeça na plataforma com a produtora Linha de Produção, que traz quatro perfis com programas voltados ao público LGBTQIA+.
Os produtos oferecidos pelas amigas é o InformaChicas, que é comandado por Roberta e Bianca, e é um noticiário focado no universo feminino e LGBTQIA+; tem também o SapaTalk, focado no universo lésbico, abordando o dia a dia e as minúcias do relacionamento homoafetivo, que já conta com mais de 1,5 milhão de curtidas. O programa mostra como Joana, protagonista, lida com situações inusitadas e cotidianas na vida da lésbica dos “20 e poucos anos”.
Além disso, há o Astroterapia, que conta a história de Helena, uma terapeuta que analisa casais a partir de suas combinações do zodíaco e que é casada com Antônia, com quem vive uma relação com altos e baixos também pautada na astrologia; e Drama Chicas, uma mininovela que traz a vida de Eliza e Carol. O casal, que mora junto, lida com situações conflitantes do cotidiano e tenta conviver com as diferenças da relação, como o que cada uma pensa sobre a maternidade, casamento no cartório, sair do armário, entre outros ritos de passagem de um par lésbico.
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As influencers passaram a gravar para o Kwai após um convite da própria plataforma de vídeos curtos. A partir disso, elas buscaram entender melhor a rede social. “Estudamos a plataforma para entender qual a forma de roteiro que poderíamos abordar em cada conta, que poderiam ser mais atrativas para o público da plataforma e também mais a nossa cara”, revelaram.
Reação do público
Com a publicação do primeiro vídeo sobre o mundo LGBTQIAP+, Thaiane e Giulianne tiveram um choque de realidade de como seria falar sobre o assunto no Brasil. “O vídeo viralizou e em menos de uma semana estávamos recebendo milhares de mensagens dos mais diferentes tipos: enxurradas de amor e ódio”, contaram.
“A homofobia ainda é uma realidade latente nas redes sociais, mas é justamente para cunhar espaços mais democráticos e representativos que seguimos produzindo e não podemos nos abater”, pontuaram.
Entretanto, elas agradecem a oportunidade dada pelo Kwai. “Nos deram liberdade e apoio para produzirmos sem censura ao universo LGBTQIAP+”, completaram as influenciadoras.
Os comentários iniciais, mesmo que cercados de homofobia, não pararam Giul e Thaiane: “Atualmente, o panorama dos comentários mudou muito. Acreditamos que qualquer trabalho na internet está suscetível ao desagrado do gosto de certos nichos, mas conseguimos conquistar nosso maior objetivo: nos tornar representativas ao público que nos dispusemos a retratar, e com isso recebemos vários comentários de apoio às personagens e às histórias”.
Com a continuidade do trabalho, veio, aos poucos, o reconhecimento e a gratidão dos seguidores. Esse, então, passou a ser o maior combustível para a produção de vídeos para o TeleKwai. A atriz Giul Abreu recebeu o relato de uma seguidora que contou como os vídeos da Linha de Produção a ajudaram.
“Recebi um relato de uma usuária da rede social a respeito do amor que sentia por outra mulher e do quanto ela sonhava em viver uma relação homoafetiva de respeito, semelhante às que são relatadas em alguns de nossos vídeos, e poder contar com o apoio da sua família. Após alguns meses, a mesma pessoa me procurou e contou que estava namorando e que assistia aos vídeos ao lado de sua namorada e também sua mãe”, relembrou.
Reconhecimento
As sócias da produtora revelaram que é “uma honra” receber mensagens deste tipo: “Muitas de nós não tivemos produtos de representatividade na adolescência e hoje conseguimos nos tornar os agentes dessa representatividade por meio da produção do nosso conteúdo”.
As amigas também comandam um programa jornalístico chamado InformaChicas, que busca abordar diversos temas de maneira mais ampla. “Pelo quarto ano consecutivo o Brasil foi eleito o país que mais mata membros da comunidade LGBTQIAP+. Abordamos esse assunto com frequência pois entendemos que estamos muito longe de uma normatização do amor livre, do respeito à escolha livre de seus pares. Somente a informação e a socialização são capazes de modificar esse cenário”, relataram.
Por fim, Giul e Thaiane expressaram a importância das produções da Linha de Produção. “Cada conta no TeleKwai foca em uma esfera que acreditamos ser importante para o público LGBTQIAP+, especialmente normatizando a vida a duas. O principal impacto que enxergamos no público foi uma manifestação de coragem a respeito das próprias escolhas e do próprio sentir por meio dos vídeos”, explicou.
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