O equívoco de quem acha que papel de Alckmin foi menor na campanha

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Nas “mesas redondas” de política do jornalismo foi comum ouvir nesta campanha que Geraldo Alckmin “não entregou” o prometido à campanha de Lula.

Nada mais injusto e raso. Análise preguiçosa.

Se ouviu contra Alckmin: não garantiu vitória de Fernando Haddad no primeiro turno e muito menos no segundo turno da eleição do governo paulista.

Foi dito que no segundo turno o ex-governador do PSDB foi “apagado” pela presença de Simone Tebet e Marina Silva. Em especial pela emedebista.

A favor de Alckmin são muitos argumentos.

A presença dele na chapa de Lula foi, desde sempre, a maior “jogada” política dessa eleição. Alckmin trocou sim uma eleição garantida para governador de São Paulo para compor com o petista.

Sobre o desempenho de Haddad, Alckmin não faz milagres. Não que o petista fosse um mau nome. É que o interior paulista é refratário ao PT. E não é ao ex-tucano.

Nessa reta final de segundo turno, o ex-tucano foi fundamental para vitória de Lula na conquista de votos em São Paulo. Alckmin foi importante na redução da diferença de votos obtidos por Lula. São Paulo puxou o desempenho do PT no Sudeste.

Lula foi derrotado por Bolsonaro em São Paulo, no domingo, por 10% de diferença. Para se ter ideia: em 2018, Haddad perdeu para Bolsonaro por uma diferença larga, de 36%. Voltando um pouco mais, Dilma foi derrotada por Aécio Neves, em 2014, por 29%.

Não dá para não dizer que Alckmin não teve peso nessa melhoria do PT no estado no segundo turno. O vice se dedicou mais a São Paulo nessa etapa final, e Tebet circulou mais o país com Lula e Marina.

Outros pontos pró-Alckmin: foi ele quem fez a ponte com a própria Tebet, foi o responsável pela adesão de Joaquim Barbosa e também pelos apoios dos pais do Real (Armínio Fraga, Pedro Malan, Persio Arida e Edmar Bacha).

Justo que seja o escolhido para estar na linha de frente da transição. Tem a cara da Frente Ampla que levou Lula à vitória.

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