A invasão do Iraque pelos Estados Unidos foi um acontecimento que marcou o início deste século. Com a justificativa de que o país do Oriente Médio possuía armas químicas, os estadunidenses, liderados pelo governo do presidente George W. Bush, em 2003, invadiram a não vista, naquele momento, como inimiga. Entretanto, houve uma atuação de bastidores do Brasil na questão: o diplomata José Maurício Bustani tentou retardar os ataques enquanto ocupava o cargo de Diretor Geral da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ).
A história do diplomata brasileiro é contada no documentário Sinfonia de um Homem Comum, do diretor José Joffily, que estreia nesta quinta-feira (9/2). Ao longo dos 90 minutos de produção, o cineasta mostra um ponto de vista da polêmica. No caso, como os Estados Unidos teriam manipulado toda a situação para que o diplomata fosse demitido da organização e, assim, deixasse o caminho livre para a invasão do Iraque.
Em conversa com o Metrópoles, Joffily revelou que, em um primeiro momento, não se interessou pela história de Bustani, contada em 2002, logo após a saída do amigoda OPAQ. “Os fatos foram acontecendo e foi se provando que tudo o que ele dizia era verdade. De fato, o Iraque não tinha armas de destruição em massa, foi invadido com essa justificativa”, explicou.

A invasão do Iraque pelos Estados Unidos foi um acontecimento que marcou o início deste século
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Com a justificativa de que o país do Oriente Médio possuía armas químicas, os estadunidenses foram para cima
Zeca Guimarães

Entretanto, poucos sabem que um brasileiro, José Maurício Bustani, foi o responsável por retardar os ataques
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O brasileiro, na época, ocupava o cargo de Diretor Geral da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ).
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Em quase 90 minutos de documentário, o diretor José Joffily conta como os Estados Unidos manipularam para que o brasileiro fosse deposto
Zeca Guimarães

A produção conta com inúmeros depoimentos, entre eles do ex-presidente do Brasil Fernando Henrique Cardoso, que alçou Bustani ao cargo…
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e Luiz Inácio Lula da Silva, atual chefe do Executivo
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O longa ainda traz imagens de bastidores, arquivos e muito mais para corroborar toda a história
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Bustani tinha razão
“O Colin Powell (ex-Secretário dos Estados Unidos) e George W. Bush disseram: ‘Desculpa, foi um engano. Achamos que tinha arma de destruição em massa, me falaram errado. Mas já tinham morrido 600 mil iraquianos, não sei quantos milhares de americanos e aquela singela resposta de um general daquela importância me parecia tão absurdo”, completou.
Ao longo do documentário, diversas imagem de arquivo, além de entrevistas com personagens essenciais daquela época, como Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente que indicou o diplomata para a posição na OPAQ, e até Luiz Inácio Lula da Silva, que colocou Bustani como chefe da embaixada brasileira na Inglaterra, buscam mostrar que o diplomata brasileiro teria razão em suas críticas e, principalmente, na atuação à frente da organização.
“Essa história era tão rocambolesca, que a gente precisava ter depoimentos definitivos. O Bustani foi reeleito na OPAQ, muito elogiado por todos. Dois anos depois, os americanos querem destituí-lo por má administração. A gente não poderia simplesmente falar isso, a gente tinha que provar. A gente teve esse desafio para encontrar meios, pessoas, articulação na edição do material… tudo para que ficasse evidente que aquilo era falcatrua”, completou.
Entre os depoimentos apresentados no longa-metragem estão os diplomatas Celso Amorim e Celso Lafer; o porta-voz do governo de George W. Bush, Richard Boucher; além do inspetor de armas da UNSCOM, Scott Ritter.
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